Europa soa-nos, ainda, a algo distante como se dela não fizéssemos parte. Por isso, de todo o conjunto de atos eleitorais realizados em território nacional, as eleições europeias são, sem margem para dúvidas, as menos apelativas para os portugueses e as que menos nos levam às urnas. Os factos são, infelizmente, ilustrativos desta realidade e vincam este alheamento dos portugueses em relação às matérias europeias. Se atentarmos às europeias de 2014, verificamos que dois terços dos eleitores não votaram e, uma franja significativa dos que o fizeram deixou o boletim em branco. Não é, porém, uma realidade nova em Portugal! De 1999 em diante, os números da abstenção nas eleições europeias foram sempre superiores a 60%! Importa ressalvar que este alheamento da opinião pública em relação ao papel da União Europeia não é um problema do foro estritamente português pois a abstenção nas eleições europeias encontra, também, eco noutros Estados-Membros. Há, de facto, um distanciamento grande em relação ao que é feito e decidido em Bruxelas ou Estrasburgo e o povo europeu, sendo imperioso combater esta triste realidade que afasta eleitos e eleitores.
Em maio somos chamados a escolher os nossos representantes no Parlamento Europeu, o único órgão da UE eleito por sufrágio direto a cada 5 anos e que tem, sobretudo, responsabilidades legislativas, orçamentais e de supervisão. Podemos, de forma equívoca, ser tentados a pensar que é, apenas, na Assembleia da República que se decidem o nosso presente e futuro enquanto portugueses. Porém, é bom que tenhamos noção do papel cada vez mais relevante e influente do Parlamento Europeu no panorama nacional de cada Estado-Membro. Seja pelo trabalho desenvolvido no âmbito das sessões plenárias, seja pelo papel dos eurodeputados nas diversas comissões parlamentares, muito do que é legislado em Portugal reflete, em muitas matérias, as decisões tomadas em sede de Parlamento Europeu.
Este ano, apesar do decréscimo em número de eurodeputados eleitos pelo conjunto de Estados-Membros, por força da saída do Reino Unido da UE, Portugal, continuará a ter vinte e um representantes para se juntarem aos outros 684 eurodeputados que comporão o Parlamento. Dos vinte e um deputados nacionais que nos representam em Bruxelas, há um, natural de Vila Verde, que será reeleito, certamente, que se tem destacado: José Manuel Fernandes. Já foi considerado o Eurodeputado do ano na categoria de Economia no âmbito dos MEP Awards 2016 e, recentemente, também figurou no grupo restrito de eurodeputados mais influentes no Parlamento Europeu, estando em 31º lugar e sendo o primeiro dos eurodeputados portugueses. Tem sido um dos deputados mais empenhados e dedicados às causas europeias. Colocou o Minho na Europa e trouxe a Europa ao Minho. Tem sido um grande difusor do importante papel das instituições europeias, seja através dos livros da sua autoria que integram a coleção “Europa – Pela Nossa Terra”, seja através da sua presença assídua em conferências sobre UE ou através do recurso às redes sociais ou outros meios tecnológicos que permitem fazer chegar a mensagem a um cada vez mais vasto conjunto de pessoas. Eleito, pela primeira vez, em 2009, integrou-se como ninguém, nos assuntos europeus, lutando pelos interesses estratégicos de Portugal e, naturalmente, do Minho. Não se esqueceu das nossas tradições e valores, do nosso património e das nossas causas. Surpreendeu, seguramente, muita gente, pela forma com se comportou e pelo conteúdo das suas intervenções, lutas e ideias. Deixou de ser surpresa. É uma certeza! A certeza de que o Minho e Portugal têm muito a ganhar com a sua presença em Bruxelas.