A aprovação em Assembleia Municipal, com 42 votos a favor, 25 contra e quatro abstenções, da venda da Fábrica Confiança ficou marcada, esta sexta-feira, por uma manifestação da plataforma que defende a manutenção da antiga saboaria na esfera pública.
Empunhando cartazes onde se lia ‘A Confiança é nossa’ e ‘A confiança não se vende’, meia centena de elementos da plataforma Salvar a Fábrica Confiança receberam Ricardo Rio, presidente da Câmara, com assobios à porta do Centro da Juventude de Braga, onde se realizou a sessão.
Recorde-se que nos termos da hasta pública, com o valor base de 3, 6 milhões de euros, o comprador é obrigado a transformar o imóvel em residência universitária com 300 quartos, além de manter a volumetria do edifício principal,
O Bloco de Esquerda, a CDU e o PS votaram contra a hasta pública, a realizar em Fevereiro, mas não foi suficiente para travar a maioria PSD/CDS/PPM.
O Bloco, através de António Lima, argumentou que “os estudantes não precisam de apartamentos turísticos, enquanto Bárbara Barros justificou ‘não’ da CDU afirmando que a “residência [universitária] privada não é acessível à maioria”.
Já o socialista Pedro Sousa criticou “mamarracho com sete pisos” a construir no logradouro do edifício para dar lugar à residência universitária, como prevê o Pedido de Informação Prévio elaborado pela autarquia.
Pela voz de Joaquim Barbosa, o PSD lembrou que a requalificação do imóvel tem a “aprovação total” do Ministério da Cultura, referiu, ainda, que residência vem combater a falta de alojamento para universitários em Braga.
Ricardo Rio sustentou que a alienação da Confiança para residência permite a reabilitação do edifício, o que a autarquia não pode fazer por falta de condições financeiras.
Foto: Paulo Jorge Magalhães