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Assembleia Municipal de Vila Verde aprovou o «maior orçamento de sempre» assente numa matriz de «grande consciência social»

A Assembleia Municipal de Vila Verde aprovou, na última noite, o plano plurianual de atividades e orçamento para 2025, com uma verba inscrita de 51 milhões de euros. «Este é o maior orçamento de sempre», destacou a presidente de câmara, Júlia Fernandes, muito por ‘culpa’ do aumento da despesa decorrente das transferências de competências, elegendo a «grande consciência social» do documento previsional.

À excepção dos elogios da bancada social-democrata, PS deixou, Bloco de Esquerda e o Presidente de Junta Independente Samuel Estrada, de Atiães, deixaram críticas,  reparos e (re)orientações.
«Este é o maior orçamento de sempre, pois superamos os 49 milhões do ano passado», sublinhou Júlia Fernandes., que não esqueceu de assinalar o aumento da despesa decorrente das transferências de competências: «aumentamos a despesa, sobretudo em recursos humanos. As escolas levam fatia significativa, temos quase 700 profissionais».
Com 27 milhões previstos para investimento, a autarca traçou a matriz do orçamento: «tem uma grande consciência social». Destacou as áreas da educação e ação social, mas também evidenciou «a aposta significativa naquilo a que chamamos necessidades básicas, como a água, o saneamento e a rede viária. O objetivo é dotar todas as casas do concelho dos serviços e melhorar os acessos». A este nível, sublinhou as apostas na construção do Eixo Periférico Norte Sul (Soutelo-Gême) e a variante de Oleiros a Prado.
Júlia Fernandes enumerou ainda como prioridades a proteção civil, a construção de um novo ecocentro, em Gême, e o reforço da transição digital.
ORÇAMENTO «À PORTA FECHADA» 
A apologia do documento e os rasgados elogios da bancada PSD não mereceram acolhimento da oposição. A voz de maior oposição fez-se ouvir pelo autarca de Atiães. Samuel Estrada assinalou que o documento foi feito sem os «agentes económicos, á porta fechada». E – de acordo com o próprio – «mais uma vez, sem uma participação estruturada com as Juntas de Freguesia».
A propósito, revelou que «a minha freguesia tem receitas pouco superiores a 70 mil euros e outros colegas, por sua vez, verificam 270 mil, sendo uniões, são diferenças», acrescenta. «Mas se temos assimetrias pela lei, esperava-se que o Município fosse capaz de as mitigar», refere.
«Mas não temos, basta olhar e ver, as freguesias mais ricas, ano após anos, têm cada vez mais atenção municipal», queixa-se.
Por sua vez, Ricardo Cerqueira, do Bloco de Esquerda, focou a ação social.  «As crianças com dificuldades financeiras não têm acesso aos programas de apoio à família. Não ficam atrás no almoço, mas ficam nas atividades escolares», aponta. «São postas na balança, mediante o peso das carteiras das suas famílias», acrescenta.
«Os carros continuaram parados no trânsito e com poluição no ar com orçamentos assim», disse ainda, alegando ser necessária mais aposta em transportes públicos. «Muitos vilaverdenses continuam a ficar para trás», acusa.
«O BE, porque quer vida boa para todos, uma vida mais justa, votará contra», justificou.
PS ‘CORRIGE’: «ORÇAMENTO COM MAIOR DESPESA E MENOR INVESTIMENTO»
Os dados e contas foram alvo de análise ‘detalhadíssima’ por parte da bancada do PS, pela voz do líder parlamentar, Filipe Silva. «Vão ao vosso motor de busca e escrevam “o maior orçamento”, vão aparecer uma infinidade de municípios que têm “o maior” orçamento.  Para os vilaverdenses, isso não representa nada», aponta.
«De 2023 para 2024, são mais 2 milhões. Temos a maior receita corrente de sempre. Agora, também podíamos pôr um título: este é o orçamento com a maior despesa de sempre», refere. «É, sim, o orçamento com maior despesa e menor investimento, porque isso é o que interessa aos vilaverdenses», completa.
«Ao contrário do que se disse aqui, 2023 para 2025, temos menos 600 000 euros na educação, portanto não há aumento de investimento na educação», acusa. «O que reparamos neste investimento é na falta de capacidade de executar», conclui.
Com a maioria PSD alinhada com o orçamento, o documento registou 10 votos contra e três abstenções.

 

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