A Associação Empresarial do Minho (AEMinho) demonstrou, em comunicado, «a sua perplexidade com as declarações do Primeiro-Ministro», no que diz respeito ao aumento de 20% dos salários médios.
Sem que fosse proposta «nenhuma medida efectiva de estímulo à economia», a Associação refere que «num estado de direito, espera-se que os governantes sejam responsáveis, equilibrados e não meros propagandistas que lançam propostas inexequíveis por mero ganho político».
Para a Associação, a proposta do Governo «não pensa naquilo que é o interesse do país» e mostra as suas preocupações relativamente à «inflação galopante de todas as matérias-primas», ao «aumento desgovernado dos custos energéticos» e a «dificuldade de contratação de recursos humanos», o que, na visão da AEMinho, se retrata nas «inerentes dificuldades das empresas em serem competitivas na contratação».
Para além disso, a Associação Empresarial do Minho realça que «as empresas portuguesas têm sido exemplares em todos os momentos da vida económica do país» e que, por isso, «empresas e trabalhadores conquistaram o direito a serem ouvidos e tidos em conta», de forma a que «os erros do passado não voltem a assombrar no futuro».
Dessa forma, a AEMinho defende que «melhores salários se traduzirão em mais competitividade na hora de contratar», algo que «terá um efeito positivo no progresso do tecido empresarial». Assim, a Associação propõe «um pacto entre governo e as empresas».
Ora, este «pacto» passa por um «esforço conjunto entre empresas e Governo»: «se , por um lado, as empresas devem esforçar-se para poderem pagar salários mais elevados, por outro, o Estado tem de gerir muito melhor os recursos e, daí, conseguir ser mais barato aos contribuintes».
Com base neste enquadramento prévio, a Associação Empresarial do Minho sugere que as empresas devem realizar um «compromisso para atingirem a meta proposta pelo Primeiro-Ministro», e, por outro lado, «o Estado deve comprometer-se a a reduzir a carga fiscal sobre o trabalho na exacta proporção do aumento percentual do salário médio».
Assim, a Associação considera que estarão a ser criadas «as condições para que o Estado se auto imponha numa maior eficiência na gestão de recursos e na tomada de decisões», sendo que, a AEMinho destaca que «na escala de prioridades, importa primeiro reduzir a carga fiscal sobre os trabalhadores».