A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) dá conta de que estão a aumentar as denúncias de abuso sexual de menores. Segundo a mesma, subiram em 46% as queixas, entre 2022 e 2024. Assim, totalizam 5 100 crimes desta natureza.
«A maior parte destas situações chega pela família, mas há muitos pedidos de apoio vindo dos tribunais e também das próprias polícias, nomeadamente da Polícia Judiciária», aponta a dirigente da APAV, Carla Ferreira, à Renascença.
«São casos que nos chegam em termos de primeira comunicação, que depois estão encaminhados para as autoridades fazerem a sua própria investigação nas consequências que lhes estão reservadas», acrescenta.
A agravar, apesar das denúncias estarem a aumentar, a APAV acredita que o número real de casos deverá ser ainda maior. «O que sabemos é muito pouco, estamos a falar de um tipo de crime que é muito pouco reportável, ou seja, há muitas situações que não são conhecidas», afirma Carla Ferreira.
«As estatísticas são difíceis porque não sabemos, mas pelo menos eu diria que são reportados cerca de um em cada três, se não forem menos», diz.
Segundo a dirigente, é «urgente conhecermos estas situações numa perspetiva mais ampla», através dos «inquéritos nacionais de vitimação», sugere.
«Isto já se faz noutros países, estudos que permitem ter uma fotografia mais detalhada daquilo que é a realidade da criminalidade sofrida pelas populações», vinca.
Para a APAV, falta «quebrar padrões» pela «prevenção universal». Carla Ferreira chama atenção para o «papel muito importante que tem o contexto escolar».
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Com Rádio Renascença
