O presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, defende que as autarquias ocorram a mercado de capitais. “É o caminho que temos de seguir”, diz.
Contudo, Ricardo Rio, que falava, esta quinta-feira, numa sessão promovida pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) de apresentação do Estudo sobre a Dinamização do Mercado de Capitais, que decorreu no Forum Braga, reconhece que do ponto de vista do acesso a financiamento das autarquias, há “um longo caminho a percorrer”.
Ao contrário do que acontece no mundo empresarial, “não existe essa cultura em termos das estruturas locais”, quer devido “a uma questão de escala”, verificando-se “falta de legislação no que diz respeito ao financiamento agrupado”, quer devido “aos recursos humanos disponíveis, já que um procedimento tradicional de financiamento é mais fácil de executar”.
“Se olharmos para os modelos internacionais, vemos que cada vez mais surgem novas formas e motivações para que as autarquias acorram ao mercado de capitais, e esse é o caminho que temos de seguir”, salientou.
FALTA DE MASSA CRÍTICA
No painel sobre o papel do mercado de capitais no desenvolvimento do país, Ricardo Rio sublinhou que esse mercado “tem uma função instrumental e é um reflexo da realidade económica”.
Acima de tudo, tem de ser um veículo de apoio ao desenvolvimento da atividade económica, seja para fins de potenciar a inovação, seja para desenvolver todas as atividades que as empresas têm que corporizar para concretizar os seus objetivos”, afirmou, referindo que “muito está ainda por cumprir nesta matéria quer em termos de dimensão, quer em termos de capacidade destes mercados de capitais”.
“As empresas, quase sem exceção, não têm uma ligação direta, através do financiamento ao mercado de capitais. Sensibilizar os agentes económicos e os próprios investidores individuais com iniciativas como esta é fundamental, assim como incentivar a criação de massa crítica relacionada com o setor no nosso território”, afirmou.
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