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Barcelos e Guimarães com maior risco de contaminação por Covid-19

Barcelos e Guimarães são dois dos concelhos do Norte do país onde se se podem esperar maiores taxas de crescimento da contaminação de Covid-19, revela uma amostra da PSE.

A consultora portuguesa aproveitou uma tecnologia para analisar a mobilidade dos cidadãos, que já comercializava a câmaras municipais, por exemplo, mas que está a ser aproveitada para medir o nível de confinamento, no contexto da pandemia de Covid-19, permitindo, deste modo, determinar que concelhos estão a ser mais e menos cumpridores no que diz respeito à recomendação de isolamento voluntário.

Isto é, os concelhos com mais risco de propagação de Covid-19 e onde se podem esperar maiores taxas de crescimento da contaminação, se não houver interferência de outros factores.

Além Barcelos e Guimarães, os concelhos de Ílhavo, Paredes, Felgueiras, Penafiel, Paços de Ferreira, Gondomar, Santo Tirso e Trofa são outros onde o risco é maior.

O estudo tem uma amostra de 3.500 pessoas, que aceitaram descarregar uma aplicação (app) para smartphone que acompanha todos os seus passos, dia a dia, 24 horas por dia, recorrendo a geolocalização (GPS), explicou à Lusa fonte da empresa.

A amostra abrange pessoas das regiões do Grande Porto, Grande Lisboa, litoral Norte, litoral Centro e distrito de Faro e, para já, não há planos para alargar a outras regiões do país.

Já em comercialização desde Novembro de 2019, os dados recolhidos pela app estão a ser aplicados, sobretudo, na aferição de audiência da publicidade exterior e para auxiliar as câmaras municipais no ordenamento do território e na gestão de mobilidade e transportes.

Com a propagação do surto de Covid-19, que obrigou os governos a adoptar medidas de confinamento das populações, os promotores desta tecnologia viram uma oportunidade de utilizar os dados de que já dispunham para fazer uma análise, neste caso, à imobilidade dos portugueses.

POPULAÇÃO CUMPRIDORA

Assim, a consultora cruzou os dados da taxa de contaminação por Covid-19, em cada um dos 45 concelhos abrangidos pelo estudo, com a mobilidade real das populações e concluiu que o domingo de Páscoa foi o dia em que se cumpriu um maior confinamento: 79% permaneceu em casa e 93% próximo de casa.

Enquanto na semana da Páscoa de 2019 apenas 30% a 36% das pessoas permanecia em casa, esse valor oscilou, em 2020, entre os 54% e os 79%, ou seja, a saída de casa caiu para metade em três dos sete dias analisados (queda de 31 pontos percentuais em toda a semana).

Já o valor mínimo, durante o estado de emergência, foi obtido no dia 8 de Abril –quinta-feira Santa, mas ainda assim contando com 54% da amostra em casa.

“Avaliando o nível de confinamento em casa, desde o início de Março, vemos que os portugueses aderiram massivamente às orientações das autoridades, mas com algumas variações”, refere a empresa.

Antes da declaração do estado de emergência e do fecho das escolas, o confinamento em casa “natural” situava-se entre os 20% e os 30%, nos dias úteis, sendo cerca de 40% aos domingos.

“Importa agora avaliar como vai ser o comportamento dos portugueses nesta segunda metade de Abril, sendo que a PSE vai naturalmente monitorizar a situação dia a dia”, sublinha.

De acordo com a empresa, os dados já foram disponibilizados à Direcção-Geral da Saúde, não tem ainda recebido resposta da entidade quanto à sua utilização.

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