Os bloquistas promoveram, esta quarta-feira, em Braga, um debate sobre ‘A profissão docente em Portugal: os desafios actuais’, que contou com a participação de Joana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda (BE) na comissão de educação da Assembleia da República, Alexandra Vieira, professora e dirigente sindical, Manuel Grilo, sindicalista, e Renato Silva, professor e dirigente concelhio do BE.
Joana Mortágua, na sua intervenção, referiu o “estado calamitoso que a educação poderá se encontrar em breve” se o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, não alterar a estratégia que tem vindo a ser seguida.
Para a deputada, “a degradação das condições de trabalho dos professores provoca a degradação do serviço público de educação”.
Quando questionada sobre a posição do Bloco em relação à reunião entre sindicatos e Governo, Joana Mortágua é perentória em afirmar que “o tempo de serviço, nove anos, quatro meses e dois dias, deve ser considerado na íntegra, conforme aprovado no Orçamento de Estado de 2018”.
A deputada bloquista critica ainda o Governo pela criação da comissão que vai estudar o impacto orçamental da medida. “Esperemos que esta comissão produza resultados rapidamente, no entanto é estranho que o ministro tenha vindo a negociar com os sindicatos durante este tempo todo, sem conhecer os números”, refere.
Alexandra Vieira referiu o sentimento de que o “sistema educativo está errado”, enumerando alguns problemas que urgem ser resolvidos, nomeadamente “precariedade, concursos, gestão, carreiras, autonomia, municipalização, programas educativos, desenho curricular, exames”.
Para a dirigente sindical, “o envelhecimento da classe docente dirigente sindical não assegura o encontro de gerações nas escolas, pelo que não haverá a passagem do testemunho”.
Manuel Grilo afirma que “maltratar os professores é maltratar a escola pública”, pelo que “é importante o envolvimento, união e participação de todos para assegurar que as reivindicações são conseguidas”.