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Bloco de Esquerda questiona MAI sobre manifestação do Grupo 1143 em Guimarães

O grupo parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) questionou a ministra da Administração Interna (MAI) sobre as medidas de segurança previstas para garantir a ordem pública e a segurança em Guimarães durante a manifestação/concentração de cariz nacionalista de inspiração fascista intitulada ‘Reconquistar Portugal’ convocada para o próximo sábado, 05 de Outubro, Dia da Implantação da República.

No documento –“urgente” –  enviado a Margarida Blasco, através do Parlamento, o Bloco quer conhecer o contingente policial a mobilizar, designadamente equipas de intervenção rápida, divisão de trânsito, para eventuais cortes ou condicionamentos de trânsito, ou o corpo de intervenção da unidade especial de polícia e se vai haver uma intensificação do policiamento na cidade.

O parlamentar Fabian Figueiredo, que assina o documento, refere que segundo o organizador – Grupo 1143 –  está a veicular nas redes sociais que a manifestação conta “a presença de manifestantes vindos em 4 autocarros de Lisboa e Porto, carrinhas do Algarve, bem como com cidadãos vindos da Alemanha, Finlândia, Inglaterra, França, Suíça e Espanha”.

O BE aponta que o objectivo desta iniciativa, citando os seus promotores, é fazer “uma demonstração de força” e que “a estética inovadora que sempre nos acompanhou vai ser ainda mais musculada, assim como os meios envolvidos”. O 1143 afirma quer revelar ao país que se trata de um movimento que “se impõe nas ruas e no campo das ideias”.

A acompanhar estes comunicados, o grupo divulga fotografias de indivíduos encapuzados envergando escudos antimotim habitualmente utilizados pelas unidades especiais de polícia com a inscrição ‘1143’.

“Importa, desde logo, saber se esta manifestação foi comunicada às autoridades competentes e qual a avaliação de risco que foi feita. Mais ainda porque, como é consabido, este movimento integra criminosos condenados por crimes violentos, desde logo o seu líder Mário Machado, que participou nas agressões violentas perpetradas por um grupo de neonazis no Bairro Alto e que levaram à morte de Alcindo Monteiro há 29 anos atrás”, escreve o bloquista, referindo ainda, que “dois dos suspeitos das brutais agressões a imigrantes num apartamento no Porto, são, também, membros desta organização. De resto, são sobejamente conhecidos os episódios violentos e intimidatórios deste grupo”.

Defendendo que “a realização de manifestações de organizações neonazis e fascistas é cada vez mais frequente, apesar de constituírem uma violação flagrante da nossa constituição é uma forma de crime de ódio”, o Bloco diz que este fenómeno “é um motivo de forte preocupação” e um problema de segurança interna como que “é referido de forma consistente no RASI [Relatório Anual de Segurança Interna] desde, pelo menos, 2019”.

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