O grupo parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) questionou, esta segunda-feira, o Governo sobre os encerramentos e a situação dos trabalhadores das empresas de calçado Sinovir, em Famalicão, e da Coidu, em Arcos de Valdevez. No conjunto, são 430 operários no desemprego.
Em relação à empresa à Sinovir, Sociedade Industrial de Calçados Rodrigues, Lda, situada em Novais, Famalicão, uma empresa de calçado com 30 anos de actividade, o BE, através do deputado José Soeiro, quer que o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social intervenha, dado que “há salários em atraso, [os trabalhadores] não têm qualquer apoio social e não podem procurar novos empregos por estarem ainda formalmente vinculadas à empresa”.
Recorrendo a informações do Sindicato do Calçado, Malas e Afins, Componentes, Formas e Curtumes do Minho e Trás-os-Montes, o Bloco refere que, no final de Setembro os trabalhadores, foram informados do despedimento e de que todos os seus direitos seriam assegurados, “o que não está a acontecer”, uma situação “coloca muitas famílias em dificuldades financeiras”.
Os bloquistas dizem que é preciso “uma intervenção do Governo, de forma a garantir todos os direitos” e se a ministra do Trabalho, Rosário Palma Ramalho, tem conhecimento da situação “e que medidas está a tomar, ou pensa vir a tomar, de modo a garantir o cumprimento da lei nesta empresa”.
O encerramento atirou para o desemprego 80 trabalhadores.
Já sobre o polo de Arcos de Valdevez da empresa Coindu S.A., dedicada à produção de capas para assentos de automóveis de marcas de luxo fundada em 1988, e recentemente comprada pelo grupo italiano Masttroto, o Bloco considera “inaceitável” a forma como “uma empresa que não só anuncia falta de mão de obra em 2022, como lhe é aprovada uma recapitalização no contexto do Plano de Recuperação e Resiliência, sendo considerada uma empresa viável, pode vir agora efectuar um despedimento colectivo”.
“ (…) o sindicato que representa estes trabalhadores refere que todo este processo foi levado a cabo “sem qualquer informação e consulta aos trabalhadores, numa completa ilegalidade sem que qualquer acção das autoridades competentes”, refere o documento entre na Assembleia da República, assinado também por José Soeiro.
O deputado bloquista lembra que a intenção de encerrar a unidade fabril de Arcos de Valdevez “não é nova”. Em 2022, a empresa “ponderou encerrar e recebeu ao abrigo do PRR 4 milhões de euros” e “no ano passado a Coindu despediu 103 trabalhadores”.
Agora, são cerca de 350 trabalhadores despedidos.
O grupo parlamentar do Bloco de Esquerda pretende, assim, saber que acompanhamento da situação tem o Governo feito, que medidas serão tomadas para assegurar os postos de trabalho dos trabalhadores e que apoios directos e indirectos têm beneficiado a empresa nos últimos anos.