A Câmara de Braga vai classificar as “Voltas da Macada” com interesse municipal. A proposta de abertura do procedimento de classificação, que surge de um estudo elaborado pela Fundação Bracara Augusta, será votada na próxima reunião de executivo camarário.
“Situado na freguesia de Santana de Vimieiro, trata-se de um monumento único, de extrema importância histórica e cultural para a região e para o país, sendo um dos primeiros testemunhos da modernidade das infraestruturas rodoviárias em Portugal, projetada ainda antes da segunda metade do século XIX, onde em Braga se preservava o testemunho único das denominadas Voltas da Macada”, refere a autarquia.
O monumento é apresentado como um “Tramo da Estrada Real, sendo originalmente pavimentada pelo sistema Macadam, enquanto testemunho da engenharia de infraestruturas rodoviárias oitocentista, do período do liberalismo monárquico de meados do século XIX”.
O estudo refere ainda que “as ‘Voltas de Macada’ são um tramo descativado da ligação rodoviária que antecedeu a Estrada Nacional, Nº14 (Porto-Braga)”.
Segundo a Fundação Bracara Augusta, o monumento é consubstanciado “como um segmento da estrada oitocentista entre o Porto e Braga, que reúne um conjunto de nove rampas declivosas e outras tantas curvas com raio de 1.800. Dispostas em ziguezague, destinadas a vencer um desnível de 32 metros ao longo de uma extensão de cerca de 600 metros.
De acordo com o estudo, até ao momento não se conhece ao certo a data em que foram projetadas ou executadas, mas muito provavelmente datam da primeira metade do século XIX, no âmbito das obras de construção das estradas do Minho, no segmento itinerário Braga-Vila Nova de Famalicão.
“Podemos adiantar, sem reserva, que as Voltas de Macada constituem hoje um testemunho, ainda que residual, diríamos, único, do património histórico e da paisagem cultural rodoviária em Portugal”, explica Miguel Bandeira, presidente da Fundação Bracara Augusta, autor do estudo e ex-vereador.