Alugar trotinetes eléctricas em Braga vai ser possível em meados deste mês. A autarquia está a proceder à conversão de noventa lugares de estacionamento automóvel por toda a cidade em lugares de estacionamento para ‘veículos suaves’, nomeadamente trotinetes, mas também bicicletas. Cerca de 25 destes lugares já são visíveis.
Segundo João Rodrigues, vereador que tutela o pelouro da Gestão do Espaço Público, “assiste-se ao surgimento e reaproveitamento de outras formas de transporte menos tradicionais, inovadoras e limpas, que dão respostas seguras, práticas e confortáveis à necessidade de deslocação dentro da cidade”.
ESTUDO APROFUNDADO
A decisão foi alvo de um estudo aprofundado tendo em conta a realidade de outras cidades que já adoptaram esta medida. “Podíamos ter permitido a instalação deste serviço há mais tempo, como aconteceu noutros municípios, mas temos uma forma de trabalhar diferente: preferimos precaver-nos, aprendendo com alguns dos problemas constatados noutras cidades e, no caso de Braga, foi o município a ditar as regras”, explica João Rodrigues.
O vereador adianta ainda que a autarquia está a desenvolver um plano estruturado para melhorar a mobilidade que abrange todas a áreas de actuação do executivo municipal.
“Estamos todos, no Executivo, a repensar a cidade de forma estratégica e estruturada. Assim sendo, não quisemos seguir a onda de facilitismos que verificámos noutras cidades aquando da adopção destes meios de transporte. Parámos, articulámos com técnicos e especialistas e criámos um plano estruturado, pragmático e viável para as características que a cidade apresenta, favorecendo o uso de modos suaves de circulação. Por isso, não nos limitámos a colocar trotinetes na rua”, aponta João Rodrigues.
PARQUEAMENTO EM LUGARES ESTRATÉGICOS
Todos os lugares a converter têm, através de sinalização vertical, a proibição de serem utilizados por automóveis. A totalidade da sua área é pintada em cor bordô, para que se associem facilmente à cor que será utilizada genericamente em pistas clicáveis e, sobre os mesmos, são pintados pictogramas indicativos da função a que se destinam. Nestes lugares são também instalados bicicletários para facilitar o estacionamento das bicicletas.
“Os primeiros veículos devem entrar em circulação já em meados de Agosto através de um operador com serviço de partilha destes veículos. A localização escolhida dos espaços de parqueamento associa-se à estratégia do município para uma primeira fase de implementação, prevendo-se a sua futura expansão” afirma o autarca.
“Optámos por enquadrar estes lugares em locais estratégicos, como as proximidades de escolas, na zona mais central, junto a locais de concentração de actividades económicas e nos pontos de entrada do anel central da cidade para que seja possível uma utilização confortável dentro desse perímetro, garantindo estacionamento em todas as entradas e, assim, incentivar de forma bastante clara a que o carro seja eficazmente substituído nesta zona”, defende João Rodrigues.
EMPRESAS INTERESSADAS
A primeira empresa a iniciar a operação na cidade será a CIRC, que identificou Braga como uma cidade com grande potencial para a implementação destes sistemas de mobilidade suave e partilhada, até pelo conhecimento que tem da estratégia definida pelo município, assente numa mobilidade urbana sustentável.
“Ao mesmo tempo, há já outras empresas a preparar, com o município, a vinda para Braga”, avança o vereador.
Neste momento, prevê-se uma implementação faseada, com introdução inicial de 90 a 100 trotinetes, que disporão de 25 lugares de estacionamento dedicado, na zona mais central da cidade. O alargamento dos lugares para trotinetes e bicicletas será efectuado em fase posterior, fase essa enriquecida com a experiência adquirida durante este período inicial de lançamento do serviço.
Seguindo as melhores práticas existentes, o serviço de partilha de trotinetes será alvo de uma monitorização permanente, em tempo real, por parte da autarquia, seja através de App, plataforma web e/ou pela disponibilização da API.
“É intenção do município que o serviço possa ser integrado na plataforma do LIU – Laboratórios de Inovação Urbana. Haverá, ainda e em permanência, equipas para redistribuir os equipamentos para responder a solicitações dos utilizadores e para retirar de circulação aqueles veículos que não estejam em condições de serem utilizados”, explica João Rodrigues.