Braga é uma das 12 cidades portugueses que no dia 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, é palco da Greve Feminista Internacional, convocada por uma plataforma que reúne diversos colectivos e associações de feminismo interseccional.
Apoia da pelo Núcleo Antifascista de Braga, a iniciativa está marcada para as 18h30, na avenida Central, meia hora depois da realização de uma assembleia online.
“Sabemos que a crise sanitária nos impôs restrições por razões de saúde pública, mas nas nossas vidas não existe tempo, nem lugar de espera, porque as violências, discriminações e desigualdades múltiplas já existentes, se multiplicaram e aprofundaram”, justifica a plataforma em comunicado enviado à Lusa.
Além de Braga, estão marcadas manifestações para Amarante, Aveiro, Chaves, Coimbra, Covilhã, Fundão, Lisboa, Porto, Vila Real, Viseu e Ponta Delgada.
A plataforma Greve Feminista Internacional sublinha que a crise sanitária, social e económica tem um impacto mais expressivo na vida das mulheres.
“As diferentes jornadas de trabalho que a maioria das mulheres acumula, passaram da acumulação à sobreposição, tendo o trabalho assalariado, o trabalho doméstico e dos cuidados acontecido, muitas vezes, ao mesmo tempo”, esclarece o comunicado.
Esta greve tem como objectivo colocar a vida no centro, “reclamando a valorização do trabalho de cuidados e doméstico – trabalho este desvalorizado aos olhos da sociedade, executado maioritariamente por mulheres (90%), mas imprescindível para a sobrevivência de todas e todos nós”.
O movimento defende uma sociedade livre de opressões, que garanta direitos, igualdade, equidade e justiça social a todas as mulheres.
“Reivindicamos a plena aceitação da diversidade humana, a autodeterminação, o direito sobre os nossos corpos e direito ao prazer, o acesso à saúde sexual e reprodutiva, o reconhecimento do trabalho informal e de cuidados, o fim da precariedade à qual nos submetem constantemente”, sintetiza.
Para além da manifestação na rua, realiza-se uma assembleia online a partir das redes sociais e do sítio da plataforma, que divulgará um ‘Kit Manifestação’, para que todas as pessoas possam participar activamente na Greve Feminista da maneira que desejarem.
“Tirar uma foto com um cartaz, sentadas no sofá, colocar algo à janela, ligar umas colunas ao computador para transmitir a nossa emissão live para toda a vizinhança, cantar, dançar” são alguns dos exemplos dados sob o mote que as manifestações não têm só uma forma e não são estanques, havendo espaço para a performatividade e criatividade.
A Greve Feminista Internacional apela à partilha de fotos e vídeos nas redes, identificando a página e utilizando os hashtags #grevefeminista2021 e #8marco2021.
As indicações de saúde pública serão incentivadas através da equipa de cuidados, a qual distribuirá álcool gel, máscaras e garantirá o distanciamento físico entre os participantes.
Legenda: Greve Feminista de 2019