Morreu este sábado, em Braga, o padre Sebastião Faria. O sacerdote jesuíta tinha 92 anos de idade e 75 na Companhia de Jesus.
O velório decorre na capela de São Barnabé, em Braga, até segunda-feira de manhã, altura em que segue para a Casa da Torre (Soutelo), onde o funeral terá lugar às 15h30, sendo presidido pelo Arcebispo de Braga, D. José Cordeiro.
NATURAL DE SANTO TIRSO
O P. Sebastião Faria nasceu na freguesia de Areias, Santo Tirso (Porto), no dia 23 de janeiro de 1932 e entrou na Companhia de Jesus no dia 7 de setembro de 1949, no Convento de Santa Marinha da Costa, em Guimarães. Estudou Humanidades em Soutelo de 1951 a 1953, indo, em seguida, para a Pontifícia Faculdade de Filosofia de Braga, onde se licenciou em 1956. Fez a etapa do Magistério no Colégio da Imaculada Conceição, em Cernache (Coimbra) durante três anos (1956-59).
Mais tarde, estudou Teologia, durante quatro anos, em San Cugat del Vallés (Barcelona), onde se licenciou em 1963. Foi ordenado sacerdote no dia 30 de julho de 1962, em San Cugat. Fez a Terceira Provação (última fase da formação dos jesuítas) em San Jerónimo (Múrcia – Espanha), no ano escolar de 1963-64. Depois foi para Roma estudar Liturgia no Pontifício Instituto Litúrgico do Pontifício Ateneu de Santo Anselmo, onde defendeu a tese de doutoramento (1969), tendo sido o primeiro português a defender uma tese de doutoramento neste Pontifício Instituto Litúrgico. Residia no Colégio Belarmino.
Fez os seus últimos votos no dia 2 de fevereiro de 1967, em Roma, na igreja do Gésù, recebidos pelo então Padre Geral, P. Pedro Arrupe. Em 1968 foi para a Faculdade de Filosofia e lecionou Liturgia no Seminário Conciliar de Braga. Em 1971 foi residir para Soutelo, sendo o Bibliotecário da Biblioteca da Faculdade de Filosofia.
O P. Sebastião Faria dedicou-se de alma e coração à Liturgia. Publicou artigos sobre Liturgia, traduziu e reviu a publicação de textos litúrgicos próprios da Companhia (missal e liturgia das horas). Fez um trabalho de colaboração notável com a Secretariado Nacional de Liturgia, traduzindo e revendo textos litúrgicos da Igreja em Portugal, numa dedicação aturada, abnegada e discreta, revelando o seu talento, sensibilidade e competência no campo da Liturgia. A par deste trabalho prestou sempre auxílio apostólico nas paróquias vizinhas. Formou e colaborou com muitos grupos corais na Arquidiocese de Braga, alguns que resistem até hoje.
Segundo uma nota emitida esta tarde pelo Secretariado Nacional da Liturgia, “a sua rara competência de tradutor resulta de três componentes que nele se uniram, como da junção de três ribeiros se forma um rio: esmerada preparação específica em Liturgia, sensibilidade litúrgica e musical de exceção, e uma vastíssima cultura geral.”
Foi, também, prefeito da saúde da comunidade tendo muita atenção e cuidado com os doentes. Em 2023 foi para a enfermaria da Comunidade da Faculdade de Filosofia de Braga. Faleceu no dia 28 de dezembro de 2024, em Braga, onde se encontrava já bastante debilitado na sua saúde.
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