A mãe da jovem de 17 anos a quem terá sido da uma garrafa de água com uma substância ilícita, no Bar Académico, em Braga, o que desencadeou os confrontos que levaram à morte de Manuel Gonçalves (“Manu”), na noite de 12 de abril, avançou com uma participação criminal no Ministério Público de Braga contra vários intervenientes.
De acordo com o Jornal de Notícias, a queixa visa o alegado autor da oferta, a Associação Académica da Universidade do Minho, o empresário a quem o bar está concessionado pelo organismo estudantil e também o segurança do espaço.
A alegada entrega à jovem de uma garrafa com “Boa-noite Cinderela”, uma droga conhecida como sendo usada para violar ou roubar mulheres, deu origem a um confronto no interior do espaço entre dois grupos, o dos que ofereceram a garrafa e o dos amigos da jovem, onde se incluía Manu, que acabou assassinado à porta do bar, cerca das 05h00.
O JN adianta que nesta queixa, que se segue a outra idêntica feita pelos pais de Manu contra as mesmas pessoas e por factos idênticos, a mãe da jovem de 17 anos refere que a filha estava no BA, com quatro amigos, quando um deles viu um indivíduo – cuja identidade desconhece, embora tenha indicado o respetivo perfil no Instagram – a oferecer-lhe uma garrafa de água.
Os amigos aperceberam-se de que a garrafa continha a substância ilícita e, nessa altura, de acordo com o relato feito, Manu interveio impedindo a amiga de ingerir a bebida. A seguir, prossegue a queixa citada pelo JN, dirigiu-se a um segurança do bar, pedindo ajuda. “O segurança agrediu Manu com duas chapadas, recusou-se a intervir, desvalorizou o risco evidente e expulsou-o do local”, diz a queixosa. “O seu comportamento constitui omissão de auxílio em situação de perigo iminente, violando o dever legal de proteção a terceiros”.
A autora da denúncia também acusa de negligência a Associação Académica da Universidade do Minho, “responsável pelo funcionamento do BA e pela contratação dos seus colaboradores, por não garantir condições mínimas de segurança aos frequentadores, não prevenir a entrada ou permanência de indivíduos potencialmente perigosos e não responder de forma adequada às situações de risco”. A queixa visa ainda “o empresário responsável pela gestão do referido bar”, cuja identidade a queixosa, “para já”, desconhece.