O movimento Braga para Todos acusa a autarquia de “ocultar a realidade” sobre o monte Picoto onde o consumo de droga e a prostituição “contrasta com a ausência de policiamento”.
“O consumo de droga no local de lazer é visível e cada vez menos bracarenses se aproximam do que devia ser um espaço verde da cidade”, afirma o movimento, acrescentando que as vedações ao local “improvisadas” pela Câmara “mostram-se ineficientes porque os consumidores de droga conseguem facilmente ter acesso a toda a área inclusive o parque radical e bar”.
Pedro Augusto, responsável do Braga para Todos, fala mesmo em “incompetência e facilitismo” e de “política de abandono” da autarquia.
“Em Braga há a tradição de se gastar dinheiro público fazer inauguração e depois deixar os projetos abandonados”, refere ao PressMinho. “Aliás Altino Bessa [vereador do Ambiente] mostra muito orgulho no Picoto, mas não deve ir lá muitas vezes, porque na verdade aquilo está novamente o que sempre foi: uma sala de chuto a céu aberto, zero de policiamento, ausência de limpeza da AGERE, várias seringas e os restos dos kits Sida que são cedidos pela Cruz Vermelha”, diz.
Pedro Augusto acusa também o executivo (PSD/CDS/PPM) de “bloquear o acesso a este local verde e privilegiado da cidade ao ignorar esta situação que se arrasta há anos e nem com as obras se resolveu”.
“A Câmara de Braga não sabe resolver os problemas opta por varrê-los para debaixo do tapete e temos que denunciar esta política de não-gestão dos problemas da cidade”, acrescenta.
SALA DE CHUTO
O responsável refere que o movimento, além de denunciar a situação, já apresentou propostas a Ricardo Rio, presidente do município, “mas não obteve resposta”.
“Já defendemos publicamente a criação de uma Sala de Consumo Assistido, vigiado ou supervisionado, previstas na lei desde 2001, onde os toxicodependentes podem consumir droga estando vigiados por técnicos e tendo à sua disposição material descartável”, defende, apontando a vantagem do consumo de estupefaciente ficar afastado de zonas residenciais, escolas ou ruas.
Pedro Augusto defende ainda o regresso do policiamento e a activação da antiga esquadra da política existente no bairro do Picoto “visando a segurança de quem usa este espaço seja para desporto, lazer, residência e até para levar os seus animais, porque o Picoto tem um parque canino ao abandono”.
O movimento sustenta que Braga, a exemplo Lisboa, onde uma sala de consumo assistido existe desde de Abril passado, “deveria fazer parte do grupo de cidades que participam nesta iniciativa progressista para lidar com um problema que é reconhecido como de saúde pública e pugnar pela criação desta realidade, dando solução não só aos anseios dos residentes da população vizinha do Picoto, mas também de outros locais”.