A Bragaparques fica para Domingos Névoa. O seu sócio, Manuel Rodrigues, não exerceu o direito de compra de metade da empresa Bragaparques pelos 105 milhões de euros, que havia oferecido. O prazo terminou sexta-feira.
De acordo com o contrato entre os dois, Manuel Rodrigues tem de dar o direito de preferência a Névoa, que tinha oferecido 65 milhões pelos 50 por cento do seu sócio.
Se Rodrigues não der o direito de preferência a Névoa, este intentará uma “acção judicial específica” exigindo o cumprimento do acordado, e, provavelmente, pedindo uma indemnização de 20 milhões de euros contratualmente prevista.
Ao que soubemos de fonte próxima do negócio, Manuel Rodrigues não conseguiu financiamento bancário para comprar a quota de Névoa.
Em Janeiro deste ano, tinha conseguido que o banco Haitong –ligado ao Novo Banco – financiasse a operação, mas Domingos Névoa não aceitou o negócio, porque tinha avales na Bragaparques e queria ficar sem eles.
Havia, também, uma acção cível contra a empresa de estacionamentos posta pela firma DST-Domingos Silva Teixeira, que entretanto desistiu da acção.
Névoa exigiu, ainda, que a Aquapor, empresa da área do abastecimento de água, saneamento e resíduos com participação em várias outras, nomeadamente na AGERE, saísse da Bragaparques.
Em Janeiro, o prazo foi prorrogado, o que aconteceu duas vezes. Sem que Manuel Rodrigues conseguisse pagar a verba acordada, em financiamento que propôs fosse feito diretamente pelo Haitong à empresa de estacionamentos.
Rodrigues havia avaliado a Bragaparques em 210 milhões de euros, enquanto Névoa entendeu que vale 130. Assim, e no quadro do acordo de separação das diferentes sociedades que detinham, quem oferece mais fica com a quota.
Os dois empresários já separaram “águas” na imobiliária Rodrigues & Névoa, que ficou para Manuel Rodrigues, e na Carclasse, que foi para Domingos Névoa.
Na escritura de compra, Manuel Rodrigues referia que vai vender 50 por cento da firma ao Haitong Bank por 22 milhões de euros. Mas esta entidade bancária acabou por não assumir o negócio.
“O Vilaverdense/Press Minho” questionou o empresário sobre o tema, tendo este dito que não tem interesse em falar sobre ele.
A Bragaparques é a maior empresa de parques de estacionamento do grupo. Com uma facturação da ordem dos dez milhões de euros, e a terceira posição em termos nacionais, a seguir à EMEL e à Empark, a Bragaparques detém e explora directamente 12 parques de estacionamento.