O sul do Brasil está a lidar com uma forte onda de calor, a primeira de 2025. Há alerta vermelho para os estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e algumas áreas do Paraná, por causa do calor extremo.
«As temperaturas máximas estão elevadas em grande parte do país, uma caraterística típica do verão», aponta o Instituto Nacional de Meteorologia (InMet). Há previsão que subam ainda mais na zona Sul e possam expandir-se para Sudeste e Nordeste, aponta a BBC.
A Organização Meteorológica Mundial define uma onda de calor como «um evento extremo que acontece quando as temperaturas máximas diárias ultrapassam em 5°C ou mais a média mensal durante, no mínimo, cinco dias consecutivos».
É isso que tem acontecido no Brasil já que, segundo o relatório da Climatempo, o aumento acima das médias de temperatura deve acontecer nestes dias, até 18 de fevereiro, podendo ultrapassar os 40°C em áreas de Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Piauí. Em Rio Grande do Sul, as temperaturas já estão próximas aos 44ºC.
Quaraí, uma cidade de 23.500 habitantes na fronteira com o Uruguai, registou a temperatura mais elevada do país de 2025 a 04 de fevereiro. Os termómetros alcançaram os 43,8°C, com uma sensação térmica acima dos 50°C.
Em São Paulo e Belo Horizonte, os termómetros devem bater os 35°C.
SENSAÇÃO TÉRMICA DE 70 GRAUS
Esta onda de calor é provocada por uma massa de ar quente na região que compreende o Sul do Brasil, o norte da Argentina e partes do Paraguai, de acordo com a investigadora Marina Hirota, professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
O país tem ainda «ventos fracos» e «muita humidade». Segundo uma tabela do Grupo de Climatologia Aplicada ao Meio Ambiente da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP), cruzando a temperatura e a humidade do ar, quando os termómetros chegarem aos 41°C, a humidade estará em 80% e a sensação térmica será de 70°C.
Já a MetSul Meteorologia e o Instituto Nacional de Meteorologia afirma que a sensação térmica alcançar os 50°C em alguns locais.
«As sensações térmicas previstas nesses modelos levam em conta um padrão de medida, com condições específicas. É por isso que relógios de rua, aqueles que medem a temperatura, podem dar diferentes valores. Isso vai depender se o sol bate diretamente ali, a sensibilidade dos dispositivos, os ventos…», aponta Marina Mirota à BBC.
Assim, «cada pessoa pode ter uma sensação individual, que depende da idade, do nível de desidratação, entre outros fatores», completa.