Esta semana, ir às compras está ligeiramente mais barato. O preço do cabaz alimentar essencial reduziu de preço desde a última semana.
Ainda assim, há produtos em destaque por terem um aumento do custo superior à média nos primeiros meses de 2025. São eles o carapau, os ovos e a polpa de tomate, com subidas entre 16% e 28%, segundo a DECO PROteste.
O cabaz alimentar que a mesma monitoriza, composto por 63 produtos essenciais, custa atualmente 238,45 euros. O valor, ligeiramente mais barato em 1,28 euros (0,53%) face à semana passada, significa um aumento de 2,28 euros (0,97%) em relação à primeira semana de 2025.
Comparando com 2024, os consumidores pagam mais 3,74 euros (mais 1,59%) nas compras dos produtos. Em relação a janeiro de 2022, quando a DECO iniciou este acompanhamento, a diferença é de menos 50,75 euros, significando uma subida de 27,04%.
Produtos mais caros desde janeiro
O carapau lidera a lista de alimentos que mais encareceram este ano, com uma subida de 28%, seguido pelos ovos, com mais 26%, e pela polpa de tomate (16%). Atualmente, um quilo de carapau custa em média 5,70 euros, uma embalagem de seis ovos 2,02 euros e 500 gramas de polpa de tomate atingem os 1,47 euros.
Na lista destacam-se, ainda, o bife de peru, o alho seco, o queijo flamengo fatiado e a manteiga com sal, com subida de cerca de 10%.
Na comparação semanal mais recente, entre 14 e 21 de maio, os cereais de fibra estão mais caros em 13%, a cebola em 12% e o café torrado moído subiu 6%.
Fim da isenção do IVA nos alimentos
A DECO PROteste destaca que, desde o fim da isenção de IVA sobre bens alimentares, entre 18 de abril de 2023 e 4 de janeiro de 2024, o preço do cabaz de 41 produtos anteriormente abrangidos por essa isenção subiu 4,96 euros. Este é um aumento de 3,49% e passou, assim, de 141,97 euros para 146,93 euros.
Os maiores aumentos desde então verificam-se na carne de novilho para cozer (mais 37%), na dourada (mais 36%) e nos ovos (mais 35%).
A isenção de IVA sobre 46 tipos de alimentos foi uma medida do Governo em março de 2023, depois de um acordo com os setores do retalho e da produção agroalimentar, para travar a escalada dos preços. Os produtos isentos foram escolhidos com base nas recomendações da Direção-Geral da Saúde e correspondiam a alimentos de consumo comum pelas famílias portuguesas.
O aumento do preço dos alimentos nos últimos três anos é explicado por fatores externos. Destaca-se a guerra na Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022, tendo impacto direto nos preços dos cereais e outras matérias-primas, pois o país era um dos principais fornecedores da União Europeia.
A situação agrava os efeitos da pandemia de covid-19 e da seca prolongada, afetando toda a cadeia de produção agroalimentar.
A escassez de matérias-primas e o aumento dos custos com energia e fertilizantes também têm um papel nestes aumentos.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) aponta que, após três meses consecutivos de descida, a taxa de inflação voltou a subir em abril, situando-se nos 2,1%, face aos 1,9% registados em março.
Apesar de ser inferior aos picos de 2022 (7,8%) e 2023 (4,3%), este aumento poderá indicar nova pressão sobre os preços no curto prazo.
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