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Câmara corta estrada junto ao Picoto para alargar espaço da feira semanal

Cortar a via que liga a rotunda do parque da Ponte ao «velho» estádio 1.º de maio. Para dar largueza e qualidade à feira semanal, instalada no sopé do monte do Picoto. É este o propósito da Câmara Municipal de Braga que vai solicitar à empresa estatal Infraestruturas de Portugal a cedência do troço da estrada nacional Braga-Guimarães (EN 103) entre a rotunda do Parque da Ponte e a do estádio 1.º de Maio, o antigo 28 de maio.

O objectivo é o de permitir que a zona, que alberga a feira semanal, composta pelos terrenos no sopé do monte Picoto, se estenda para aquela via, ou seja, que funcione sem restrições e a contento de feirantes e consumidores.

O presidente do município Ricardo Rio revelou, no final da reunião quinzenal da Câmara, que o trânsito será desviado para a variante que atravessa o Picoto e que vai ter, de novo, à EN 103, na rotunda que fica perto do parque de campismo. Seguindo-se, daí, para a «cidade-berço».

O autarca foi confrontado com uma exigência de Roberto Martinho, feirante e membro da Associação de Feiras e Mercados da Região Norte, (em representação de vários colegas de profissão), no sentido de que a feira regresse ao espaço do antigo Parque de Exposições, o qual, depois de requalificado, passou a apelidar-se de Forum Altice Braga Rio afirmou, e conforme o Vilaverdense/PressMinho noticiou, que está fora de questão o regresso da feira às instalações do antigo Parque de Exposições, salientando que “é uma actividade que tem um carácter assíduo, semanal, pelo que não se enquadra nas funções do Forum”.

A este propósito, salientou que a obra de requalificação e adaptação do espaço do sopé do Picoto deve arrancar em breve, logo que o Tribunal Administrativo de Braga decida se aceita ou não a providência cautelar que foi interposta por uma das empresas que não venceu o concurso público, aberto para o efeito. O que, sublinhe-se, pode demorar meses, dado o excesso de processos com que os juízes do Tribunal Administrativo se confrontam, facto sem solução à vista!

MÁS CONDIÇÕES

No uso da palavra, e lembrando que ele, tal como muitos outros feirantes, votaram em Ricardo Rio nas últimas eleições municipais, Roberto Martinho lembrou que as condições da feira actual são “muito más”, o que já causou a fuga da maioria dos 300 empresários do ramo que ali vendiam, ao tempo do Parque de Exposições: “são apenas 100 os que resistem, e os consumidores são cada vez menos. É a pior feira do distrito de Braga!”, exclamou.

Anteriormente, a postura municipal perante os feirantes foi criticada pelos vereadores do PS e do PCP, Artur Feio e Carlos Almeida, que a classificaram como indigna de um poder autárquico democrático e demonstradora de “desprezo” perante o ganha-pão daqueles comerciantes.

SEM UNANIMIDADE

A reunião ficou, ainda, marcada pela abstenção dos três vereadores socialistas na votação de uma proposta de pedido ao Ministério da Saúde de 6,9 hectares de terreno para o parque das Sete Fontes. O PS quer que o Ministério seja questionado acerca de uma eventual expansão do Hospital, ou seja, antes de dar o seu voto positivo, entende ser necessário ouvir o Governo: “há valências hospitalares que precisam de ampliação”, disse Artur Feio, salientando que a Câmara ouviu a actual administração do Hospital, mas esta cessa funções em breve, dando lugar, não se sabe até quando, a gestores públicos. Sobre o tema, Carlos Almeida concordou, votando a favor, com o pedido ao Ministério, mas salvaguardando que deve ficar acordado que uma eventual expansão seja feita nos terrenos a sul, sem afogar o futuro parque das Sete Fontes.

Face à posição dos socialistas, Ricardo Rio disse não ter conhecimento de uma eventual necessidade de expansão do Hospital, assinalando que, se o Ministério assim o entender, pode informar a Câmara, quando receber o pedido de cessão dos terrenos. O documento segue, assim, para o Governo, sem a desejada unanimidade.

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