A Câmara de Braga vai classificar a Fonte do Pelicano como Bem Cultural de Interesse Municipal. A proposta de abertura do procedimento de classificação é votada na próxima reunião do Executivo municipal, que se realiza na próxima segunda-feira.
Situada na praça Municipal, a Fonte do Pelicano é uma estrutura compósita de traça barroca mandada edificar entre 1741 e 1756, pelo Arcebispo D. José de Bragança e com desenho do arquitecto bracarense André Soares.
Para Miguel Bandeira, vereador do Património, a Fonte do Pelicano é um “monumento de elevado valor cultural, artístico e patrimonial que, apesar de ter sofrido algumas alterações com a sua deslocação para a praça Municipal já no Século XX, é testemunho de uma época áurea da história da cidade”.
Segundo o vereador, a Fonte do Pelicano é a primeira de um conjunto de cinco fontes históricas que a Câmara Municipal pretende classificar durante este ano, e que inclui ainda a Fonte do Castelo (Largo do Paço), a Fonte do Campo das Hortas, a Fonte de Santiago e a Fonte do Largo Carlos Amarante.
A Fonte do Pelicano apresenta um estado de degradação acentuado, sendo visíveis em todos os elementos a presença de líquenes, fungos e musgos. A par da falta de alguns elementos pétreos, a estrutura possui também algumas fissuras. Nesse sentido, configura-se necessária uma intervenção urgente de limpeza, manutenção e reparação de fissuras e uma adequada e ponderada acção de conservação e restauro dos elementos pétreos.
Desconhece-se o lugar primitivo onde a fonte terá sido erguida, provavelmente no jardim do antigo Paço Arquiepiscopal, sendo mais tarde desmontada e levada para o Parque da Ponte. Em 1935, a fonte regressa ao lugar primitivo até ser implantada na praça Municipal, sendo inaugurada a 30 de Novembro de 1967 na nova localização. Hoje, pode-se dizer sem reserva, que a relação da fonte com a Praça proporciona um dos espaços públicos mais harmoniosos do Centro Histórico de Braga.
A fonte do pelicano é composta por cinco taças dispostas ao centro por uma taça mais elevada relativamente às restantes e ladeada por outras quatro taças mais pequenas. Estas são rematadas por um grupo escultórico e inseridas num tanque quadrilobado, que assenta numa base circular formando dois degraus, sendo estes dois últimos elementos construídos já no século XX e são da autoria do arquitecto municipal Cortez Marques.