O executivo municipal de Vila Verde aprovou esta quarta-feira, por maioria, com a abstenção dos três vereadores do PS, a proposta de Orçamento e Grandes Opções do Plano (GOP) para 2020, que prevê a realização de um investimento global de 39.599.433€.
Segundo um comunicado da autarquia, o documento apresenta uma subida de quase dois milhões de euros em relação a 2019 e «coloca o acento tónico no fomento da economia e na promoção do emprego».
Num orçamento em que cerca de 51% das verbas são canalizadas para funções sociais, as acessibilidades são uma das principais apostas, estando previsto investir mais de 4,9 milhões de euros na requalificação e modernização das vias de comunicação.
O ordenamento territorial, que conta com um investimento global na ordem dos 5,7 milhões de euros, centra-se na mobilidade, na preservação e valorização ambiental e na reabilitação urbana e urbanística.
O investimento na educação fica próximo dos cinco milhões de euros, destacando-se a conclusão do plano de requalificação do parque escolar.
«Alicerçado no equilíbrio das contas públicas e em projectos ambiciosos, potenciados pela optimização do aproveitamento de fundos comunitários, o concelho prosseguirá na senda de realizações com um forte interesse colectivo», sublinha a autarquia.
Citado no comunicado, o presidente da Câmara, António Vilela, refere que este orçamento «irá permitir a realização de obras estruturantes para o progresso local, nomeadamente no capítulo da modernização da rede viária, na mobilidade suave, na regeneração urbana e na criação de condições para o crescimento do dinamismo económico e para o consequente incremento do emprego».
Esses são, segundo o autarca, «vectores fundamentais para que os jovens vilaverdenses aqui pretendam dar continuidade aos seus projectos de vida», procurando também potenciar o crescimento da natalidade e o consequente povoamento do território.
Vilela enfatiza «a prevalência das funções económicas e, principalmente, sociais neste orçamento que encontra o seu epicentro nas pessoas, na melhoria da qualidade ambiental, no desenvolvimento das potencialidades turísticas do concelho, baseado no turismo cultural e de natureza, oferecendo a todos os vilaverdenses e aos visitantes oportunidades de conforto e de bem-estar».
CRÍTICAS DO PS
Em comunicado, o vereador José Morais refere que «o PS não poderia votar favoravelmente o plano para 2020, já que a Câmara enquanto prevê gastar cerca de um milhão e meio de euros em festas e eventos, prevê apenas 25 mil euros para habitações sociais e adia investimentos no abastecimento de água».
«Só com a promoção do Namorar Portugal, a Câmara prevê gastar mais de 200 mil euros mas para as Ecovias do Homem/Cavado, Vade e Neiva apenas prevê 1.500 euros para construção de cada uma delas, em 2020», aponta.
«Relativamente à Variante à EN101 a Câmara não prevê nenhuma verba, nem sequer para um estudo fundamentador da sua necessidade e não prevê nada para o parque industrial da Ribeira do Neiva», acrescenta.
Lembrando que o PS apresentou mais de 100 propostas para a elaboração do Orçamento, os vereadores socialistas sublinham que o plano apresentado pela maioria social-democrata «é a prova que este executivo está gasto de ideias».
«Com mais de 20 anos no poder, não conseguiu reinventar-se e repete, ano após ano, as mesmas ideias e as mesmas prioridades. Pelo menos podiam ter aproveitado as ideias que os vereadores do PS lhes fizeram chegar com três semanas de antecedência», ironiza.
Morais mostra-se, no entanto, agradado com as intenções da autarquia de transformar a antiga escola primária de Vila Verde num pólo dedicado à gastronomia e às ciências gastronómicas.
«Há muitos anos o PS defende a implantação de um pólo do ensino superior nas instalações da antiga escola primária de Vila Verde. É pois com agrado que vemos este projecto aparecer neste plano para 2020. Temos insistido ao longo destes anos que é possível a concretização deste projecto e esperamos que ele saia definitivamente do papel durante o ano de 2020», refere.