A Câmara Municipal de Vila Verde aprovou, esta segunda-feira, o lançamento de um concurso público para a ampliação e remodelação da Estação de Captação de Água (ETA) do Rio Homem. Trata-se de um investimento de cerca de um milhão de euros para reforçar a capacidade e melhorar a gestão do sistema de abastecimento de água do concelho.
A presidente da Câmara, Júlia Fernandes, defendeu o investimento para “assegurar um serviço cada vez mais reconhecido pela excelência e disponível para toda a população” e salientou a “importância da utilização responsável de um bem escasso e essencial como é a água potável”.
A autarca deu conta de um “forte aumento” dos pedidos recebidos pelo Município para ligações de água à rede pública, justificando assim a decisão de reforçar a capacidade de resposta da estação de captação e tratamento.
Em comunicado, a Câmara de Vila Verde refere que “o investimento permitirá garantir condições para gerir melhor os picos de pressão de acesso à água da rede, que normalmente ocorrem em períodos de maior calor e seca, com caudais do rio e dos níveis freáticos mais baixos”.
“A remodelação e ampliação da ETA do Rio Homem inclui um conjunto de intervenções que, no geral, visam aumentar a capacidade de captação e tratamento, automatizar o funcionamento da estação e atualizar sistemas de segurança e espaços, para além de reabilitar o edifício, equipamentos e instalações elétricas”, acrescenta.
Com um prazo de execução de um ano e com um montante máximo de custo previsto 999.816,69 euros (acrescido do valor de IVA), a empreitada prevê a construção de uma nova toma de água da captação superficial com sistema de limpeza automático, com uma capacidade total de 400 metros cúbicos por hora.
DUPLICAR CAPACIDADE
No plano de intervenções, está ainda previsto duplicar a capacidade de captação superficial, passando a ser constituída por três grupos de bombagem, e a capacidade de tratamento da ETA, com a construção de uma nova linha de tratamento (com 4 filtros), além da reabilitação da atual linha de tratamento.
Vai ainda ser substituído o sistema de lavagem dos filtros, que passa a ser realizado com água filtrada, com a instalação de nova bombagem de água de lavagem constituída por um grupo de bombagem com uma capacidade de 233 m3/h e um novo sobrepressor de ar de lavagem com uma capacidade de 1.165 Nm3/h.
Nas obras, estão programadas a reabilitação de equipamentos e estruturas existentes, a adequação das redes de abastecimento de água e de drenagem de águas pluviais dos arranjos exteriores aos novos espaços, substituição de instalações elétricas, instalação de sistema de videovigilância e automatização de todas as etapas e operações das captações e tratamento.
POUPAR ÁGUA
Entretanto, face às contingências do actual período de Verão, o Município de Vila Verde apela “à responsabilidade e ao civismo” de toda a população do concelho na utilização da água da rede pública de abastecimento.
“Os actuais sistemas municipais de tratamento e abastecimento de água estão a funcionar normalmente e a responder aos consumos mais elevados desta época. Mas é importante evitar desperdícios e riscos de rutura, de forma a salvaguardar que se mantenha a disponibilidade de água potável para todos os moradores”, refere a autarquia.
Ao progressivo aumento dos níveis de consumo, decorrente também das temperaturas elevadas de Verão, a que acrescem as necessidades de água para o combate aos incêndios, junta-se o esperado aumento da população residente com o regresso dos emigrantes.
O aumento da pressão sobre os sistemas de abastecimento de água ocorre ainda numa altura em que os níveis dos caudais dos rios estão particularmente baixos, o que “acarreta dificuldades e esforços acrescidos” para a captação de água.
“O recurso à água potável tem de ser prioritariamente para o consumo humano, recomendando-se à população, assim como instituições e empresas, que cooperem ativamente no combate ao desperdício”, frisa o Município.
Para precaver que haja pessoas e famílias que fiquem impedidas de aceder a água do sistema público de abastecimento, “todos devem fazer um esforço cívico de recusar a utilização de água tratada para tarefas não prioritárias”.
“Nesse sentido, a água da rede pública não deve ser usada para lavar viaturas, acções de limpeza nas habitações, encher piscinas ou regar jardins – atividades em que se recomenda o recurso a água não tratada”, exemplifica a autarquia.
A população deve ainda “manter a atenção para hábitos com redobrada importância nesta altura do ano, como não deixar torneiras a pingar, não manter a torneira aberta nas ações de higiene pessoal ou a lavar loiça e roupa, preferir duches rápidos em vez de banhos de imersão, entre outros gestos importantes de poupança e uso eficiente da água”.