O Município de Braga e a Universidade do Minho assinam na terça-feira, dia 4 de Maio, um protocolo que visa a valorização e adequação à visita do Núcleo Arqueológico de Santo António das Travessas.
Em 2021, o Município, em parceria com a Unidade de Arqueologia, vai investir seis milhões de euros em obras ou estudos, no Teatro Romano da Cividade, na Ínsula das Carvalheiras, nas ruínas da Rua Santo António das Travessas, na Estação Arqueológica de Santa Marta das Cortiças e no Convento S. Frutuoso.
No que toca à chamada Domus da Sé, a Câmara salienta que, “pela sua importância histórica e monumental, este é um local que importa valorizar através de um projecto de musealização que prevê a consolidação das estruturas arqueológicas existentes e a sua visitação”.
Esta operação conta com a colaboração da Unidade de Arqueologia (UAUM), instituição responsável pela investigação arqueológica já realizada no local.
A UAUM compromete-se a comparticipar o projeto através da cedência de meios materiais, técnicos e humanos, designadamente o apoio em meios de levantamento e processamento de imagem, gestão informática da informação e cedência do necessário pessoal investigador e técnico de arqueologia.
DOMUS DA SÉ
O conjunto patrimonial, propriedade do Município e localizado no edifício lote 20-26 da Rua Santo António das Travessas, remete para a longa história bimilenária de Braga, oferecendo, por isso, um elevado potencial científico, histórico e cultural para a compreensão da evolução urbana da cidade.
Este Núcleo Arqueológico, à semelhança da Zona Arqueológica das Carvalheiras (já em processo de valorização) está compreendido e integrado no quadro de uma estratégia global de promoção do património arqueológico e histórico de Braga, disponibilizado em conjuntos especializados e complementares, que permitem evidenciar e singularizar o potencial patrimonial de diferentes locais da cidade.
ABRIR À VISITA
Pretende-se assim valorizar e abrir à visita as ruínas do Núcleo Arqueológico de Santo António das Travessas e integrar a área arqueológica de Santo António das Travessas, enquanto Núcleo Arqueológico interpretado, na rede de oferta cultural e turística de Braga, em associação com as outras áreas arqueológicas e centros interpretativos já visitáveis na cidade e respectiva periferia.
Visa ainda reabilitar o espaço do rés-do-chão do prédio correspondente aos nºs 20-26 da referida rua, propriedade do Município onde se encontram as ruínas, conferindo-lhe uma maior centralidade e contribuindo para a dinamização daquela artéria da cidade de origem medieval.
Esta área arqueológica regista uma ocupação continuada desde inícios do século I até à actualidade, estando esta última fase representada pelas remodelações que foram feitas no imóvel com fachada para a rua Santo António das Travessas.
INVESTIMENTO DE SEIS MILHÕES
O Município vai, em 2021 e nos próximos anos, investir seis milhões na recuperação de cinco sítios arqueológicos.
O Parque Arqueológico de Braga tem 60 sítios, a maioria da época romana, já estudados ou escavados. Montante aplicado em obras ou estudos, no Teatro Romano da Cividade, na Insula das Carvalheiras, nas ruínas da Rua Santo António das Travessas, na Estação Arqueológica de Santa Marta das Cortiças e no Convento S. Frutuoso.
Relativamente ao Estudo e Adequação do Teatro Romano, (o único a céu aberto descoberto no Noroeste Peninsular), e com 125 mil euros de orçamento, Miguel Bandeira diz que, através de um acordo com a Unidade de Arqueologia o local será escavado, em dois anos.
O Teatro foi descoberto em 1999, tendo sido escavada uma zona com 80 metros de diâmetro. Resultou da identificação de vestígios romanos bem conservados, que foram logo exumados.
CASTRO DA SANTA MARTA
Sobranceiro à cidade, no chamado Sacro Monte, escavada há 20 anos, está a estação arqueológica de Santa Marta das Cortiças (Falperra), onde se conservam vestígios da muralha que circuitava o povoado fortificado pré-romano, de construções de planta circular – habitações ‘castrejas’-, ruínas de um grande palácio suevo-visigótico e de uma basílica paleocristã. A requalificação custa 130 mil euros.
Ainda em 2021, será iniciada a empreitada do Complexo Monumental da Capela de S. Frutuoso e do Convento S. Francisco de Real. Por 2,5 milhões. Vai reabilitar o edifício do Convento de S. Francisco, imóvel em ruínas, integrante do conjunto patrimonial constituído pela Igreja de S. Domingos (séc. XVIII) e Capela de S. Frutuoso (séc. VII) e envolvido por uma tapada.
Serão criados espaços de biblioteca, conferências e de investigação nas áreas da arqueologia, arquitectura e história. A Unidade de Arqueologia da UMinho vai ali instalar-se.