O edifício da antiga fábrica de sabonetes Confiança vai ser colocado em hasta pública pela Câmara de Braga por quatro milhões de euros. É este o preço mínimo que o Município pede para a venda da imóvel. O caderno de encargos, que vai ser votado dia 24 em reunião de Câmara, terá que ser aprovado pela maioria PSD/CDS já que se prevê que a oposição, PS e CDU, votem contra. Pelo menos tem sido essa a posição defendida por ambas as forças políticas, tendo o PS apresentado recentemente, uma recomendação no sentido da manutenção do prédio e sua recuperação.
O edifício foi adquirido em 2011 pela Câmara, uma decisão do executivo do socialista Mesquita Machado apoiada pelo PSD/CDS, por cerca de 3,5 milhões para ser requalificado para funções culturais e museológicas.
SEM FUNDOS EUROPEUS
O presidente do Município Ricardo Rio explicou a decisão de vender pelo facto de não haver dinheiro para investir no projeto já que não pode contar com fundos comunitários: “seriam precisos cinco ou seis milhões. E há outros projetos prioritários”, frisou. Esta posição não é nova, já que a hipótese de venda do imóvel nunca foi posta de parte pelo autarca.
O autarca social-democrata salientou que a proposta a levar ao executivo de vereadores determina que o comprador terá de obedecer a várias condicionantes de construção, para que a traça arquitetónica e a volumetria se mantenham.
A decisão não foi do agrado da Junta de Freguesia de São Victor (PSD/CDS) que, em comunicado, anunciou que está contra a alienação do edifício . E marcou um debate para esta noite!
Em comunicado, a Junta, liderada por Ricardo Silva anuncia para esta noite, pelas 21.30 horas, um debate precisamente sobre o tema ‘Qual o Futuro para a Confiança?’, que decorre na sua sede “Este debate surge numa altura em que o Município de Braga assume a alienação do edifício da antiga fábrica ‘Perfumaria/ Saboaria Confiança’, levando à próxima reunião de Câmara os termos de referência para executar essa operação”, diz o presidente da maior freguesia do concelho, Ricardo Silva.
A autarquia lamenta a opção política de Ricardo Rio, que “nunca abordou este assunto com a Junta de Freguesia, e num compromisso público, gostaríamos de auscultar a população de forma a podermos colocar a questão do futuro da Confiança e recolher, junto dos cidadãos, os possíveis contributos que conduzam à sua preservação”.