Por Rolando Silva
Membro da Comissão Alargada da CPCJ de Vila Verde
Abril é o mês da prevenção dos maus-tratos na infância. E porquê? Em 1989, uma mulher norte americana (Bonnie Finney) amarrou uma fita azul na antena do carro, em homenagem ao seu neto, vítima mortal de maus-tratos. Com esse gesto quis “fazer com que as pessoas se questionassem”. A repercussão desta iniciativa foi de tal ordem que abril passou a ser o Mês Internacional da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância.
À semelhança de anos anteriores, muitas CPCJ´s, de norte a sul do país, passando pelas ilhas, pretendem dar continuidade à história desta avó, e neste âmbito já era habitual vermos a realização de várias atividades.
Apesar do surto pandémico de COVID-19 que afeta o nosso país e o mundo, e das limitações que todos nós temos sentido, certamente que este mês não passará despercebido, uma vez que as atividades que as CPCJ´s tinham programado para assinalar o mês da prevenção dos maus-tratos na infância, terão de reinventar-se e, em vez de se realizarem na rua, podem agora ser concretizadas dentro de portas, nos mais diversos formatos.
Também a CPCJ de Vila Verde, pretende “continuar a assinalar este mês, a agitar consciências e incentivar as pessoas a falar sobre o assunto” com a realização de diversas iniciativas, em ambiente próprio e de parceria, para sensibilizar a comunidade para a defesa das crianças contra os maus-tratos!
Todavia, os maus-tratos infligidos a crianças e jovens é uma problemática de grande relevância em todas as sociedades, incluindo em Portugal, com repercussões físicas e psicológicas e, consequentemente, para o desenvolvimento integral das mesmas.
Convém referir que em 1990 foi ratificada em Portugal a “Convenção dos Direitos da Criança”. Os direitos que constituem a convenção, dizem respeito a questões relacionadas com a provisão, tal como a saúde, a educação, a segurança social, cuidados físicos, vida familiar, recreio e cultura.
“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.” Esta célebre frase de Antoine de Saint-Exupéry no seu livro “O Principezinho”, é para mim, uma das formas mais honrosas de impulsionar a relação com o outro.