O deputado social-democrata Carlos Cação confessa-se «extremamente preocupado» com a postura do actual governo em relação à «prometida construção da variante à EN 101 em Vila Verde».
Perante a reação do Ministro das Infraestruturas e da Habitação em audição na Assembleia da República à questão sobre o processo da variante, o parlamentar lamenta que «o governo tenha esquecido o compromisso assumido com os vilaverdenses».
Apesar de a variante à sede do concelho de Vila Verde estar prevista no Plano Nacional de Investimentos (PNI2030), com uma dotação de 18 milhões de euros, «não há qualquer projecto nem estimativa de procedimentos para fazer avançar com a obra» – como confirmou o ministro Pedro Nuno Santos.
Carlos Cação recorda que a Variante à EN 101 em Vila Verde é uma «causa assumida como prioritária há mais de 25 anos, pela população, pelas instituições do concelho e pelos diferentes organismos do Estado e também uma promessa eleitoral de todos os partidos políticos».
Entre os organismos do Estado que defendem a urgência da obra incluem-se a extinta JAE, a Infraestruturas de Portugal e a CCDR-N.
«NÃO PASSOU DO PAPEL»
«Desde 1998 que foram apresentadas à Câmara Municipal de Vila Verde propostas de traçado para a Variante, estando definida uma faixa com 50 metros de largura entre Soutelo e Prado S. Miguel que se mantém bloqueada a quaisquer operações urbanísticas», referiu Carlos Cação, na audição parlamentar com o ministro das Infraestruturas.
O parlamentar eleito pelo PSD apontou ainda a um «estudo desenvolvido pelas já extintas JAE e IEP e pela CCDR-N em que esta variante ficou em 2º lugar de entre as 27 variantes identificadas para executar na Região do Norte. Mas não passou do papel».
A Estrada Nacional 101 é uma via estruturante que atravessa todo o concelho de Vila Verde, sendo um dos principais eixos rodoviários nos fluxos de trânsito entre a cidade de Braga, Vila Verde e o distrito de Viana do Castelo e também o acesso a vários parques industriais.
Carlos Cação sublinha que a EN 101 apresenta uma intensidade de tráfego muito elevada, com graves constrangimentos na circulação automóvel e pedonal que cria longas filas de trânsito diárias em diversos pontos do percurso, que «são desesperantes para as famílias, trabalhadores e para as empresas».
A via está actualmente em obras de requalificação a decorrer em horário noturno, precisamente para «minorar os impactos no tráfego rodoviário, mas é apenas uma obra de repavimentação e reforço de segurança, e não para resolver o problema de trânsito», pode ler-se em nota enviada.
Para visualizar a intervenção de Carlos Cação: https://youtu.be/lNdR65uTRNs