A imagem oficial da Semana Santa de Sevilha, Espanha, está a provocar uma onde de indignação de grupos católicos conservadores. Consideram-na ofensiva e ‘efeminada’, exigindo que fosse removido.
O cartaz é da autoria de Salustiano García foi apresentado no sábado, como cartaz oficial das celebrações da páscoa em Sevilha, Espanha. Nele está representado Jesus Cristo ressuscitado, com um pano branco que o cobre da cintura para baixo.
Um comunicado da organização, que junta as irmandades da cidade que participam nas procissões da Semana Santa, afirma que o cartaz mostra «a parte luminosa da Semana Santa», no «mais puro estilo deste prestigiado pintor».
A obra acabou por gerar polémica nas redes sociais, depois de vários utilizadores e uma associação católica conservadora terem denunciado o seu caráter «sexualizado».
O Instituto de Política Social, instituição que defende os símbolos cristãos, considera o cartaz «uma verdadeira vergonha e aberração». Afirma que esta figura de Cristo é «afeminada», pedindo a sua remoção e exigindo um pedido de desculpas por parte do artista, indicando que este cartaz não se enquadra no espírito da Semana Santa.
Também Javier Navarro, líder do partido de extrema-direita Vox, se pronunciou contra o cartaz, dizendo que o objetivo era provocar, distanciando-se do seu principal objetivo de «encorajar a participação devota dos fiéis na Semana Santa de Sevilha», num país que é considerado um dos mais católicos do mundo.
REAÇÃO DO AUTOR
Salustiano García, autor do polémico cartaz, também já reagiu à polémica. Em entrevista ao jornal espanhol ABC, afirma que a sua criação é «gentil, elegante e bonita», e defende que foi criada com respeito por aquilo que representa.
«É preciso estar doente para ver sexualidade no meu Cristo», refere García, acrescentando que não há nada no cartaz que «não esteja representado em obras de arte de há vários séculos».
PADRE SANDRO REAGE
Localmente, o arcipreste de Vila Verde, padre Sandro Vasconcelos, também não fica indiferente à polémica. Em post no seu Facebook pessoal, começa por dizer que não quer «entrar em polémica. Mas não gosto. Não acho bem. Não é uma imagem que inspire e convide à oração para uma semana tão importante».
E remata: «Isto é uma igreja que se põe a jeito…».
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