A Casa dos Crivos, em Braga, inaugurou a exposição ‘A Origem das Pequenas Invenções – Mário Cesariny’, com curadoria de António Gonçalves e a presença da Lídia Dias, vereadora da Cultura. A mostra da obra plástica de Mário Cesariny oferece uma visão antológica com base numa selecção de obras da colecção da Fundação Cupertino de Miranda, de Famalicão.
Embora Mário Cesariny tenha sido mais referenciado no âmbito da sua criação poética, não é contudo possível descurar a sua prestação plástica e este núcleo de obras é um testemunho do que foi essa sua intervenção. Um autor que desenvolveu uma obra que demonstra uma enorme liberdade, leva-nos para territórios criativos onde o carácter experimental e informalista defendem a sua acção dentro do movimento surrealista.
Pela palavra elevou-se e destinou-nos ampliações de sentidos. Assegurou-se das incertezas que lhe iam revelando destino e com a poesia distinguiu a relação com a vida. A linguagem plástica foi sendo um explanar da sua vontade de liberdade. Na sua escrita manteve uma relação com o quotidiano, com a experiência de viver o dia-a-dia, prolongando-o para a pintura, espaço onde o sentido de experimentação foi explorado e os resultados são reveladores de linguagens plásticas vanguardistas.
Esta mostra contempla, entre outros, os núcleos da pintura, desenho e colagens. No que concerne à pintura, as obras assumem um carácter experimental e informalista, onde são apresentados os aquamotos e peças com as experiências de tinta-da-China e vernizes. Uma conjugação desse informal com intervenção do autor numa articulação do acaso com um sentido mais objectivo. No desenho, as linhas vão-nos denunciando algumas das figuras que preenchem a sua obra, como o exemplo a ‘Menina Poesia’.
Na colagem, revela-se a articulação da palavra com a imagem numa constante estruturação poético/visual num sentido mais provocatório. O acontecimento artístico era intrínseco a Mário Cesariny, o artista e o homem de natureza excepcional que nos apresenta da forma mais exemplar o Surrealismo, como expressão artística e literária e, sobretudo, como um modo revolucionário de ver, de compreender e de contemplar a Vida.
A exposição está patente até ao dia 9 de Setembro. Entrada é livre.