Apesar de manifestar o seu agrado pela inauguração, este sábado, da requalificação da Torre da Alfândega, a CDU afirma que foi graça à sua luta em defesa da sua compra pelo município de Guimarães que o monumento nacional reúne hoje condições para a sua fruição pública.
A coligação PCP/PEV lembra, em comunicado, que o processo para que o edifício, construído com fins militares, fosse adquirido e preservado “é longo e até um pouco caricato”.
A CDU recorda a sua “luta empenhada em defesa da única torre que sobreviveu ao camartelo e que fazia parte da muralha que cercava a cidade, edifício histórico e emblemático do concelho, onde na fachada voltada para a alameda tem afixada a inscrição ‘Aqui Nasceu Portugal’, para que, em primeiro lugar, o município assumisse a sua propriedade e, posteriormente fosse um espaço de memória e de usufruto público”.
Refere que, em 2012, o projecto da requalificação da Alameda de São Dâmaso e da Praça do Toural, no âmbito da Capital Europeia da Cultura, incluía o a requalificação do edifício da Torre da Alfândega como mais um espaço que deveria ser aberto ao público e de tornar o seu interior visitável, “corroborando da necessidade de intervenção publica neste espaço degradado e abandonado”.
Contudo, “nada foi feito”.
PROCESSO RECAMBOLESCO
A CDU acrescenta, que em 2026, quando tomou conhecimento de que o conjunto edificado onde se incluía a torre foi vendido, e que “a maioria municipal do PS optou por não exercer o direito de preferência na sua aquisição”, foi o seu vereador a levantar a questão em reunião do Executivo camarário. Obteve como resposta que “o edifício vendido não incluía a torre e que as noticias vindas a publico não correspondiam à verdade”.
“A partir daqui assistiu-se a um processo rocambolesco na tentativa, inglória, de ocultar a falta de acção da maioria do PS que ficou bem demonstrada nas actas das reuniões de Câmara e nas mais diversas noticias dos órgãos de comunicação social, locais, regionais e nacionais”, conta.
Lembra que, entre muita discussão registaram-se “tentativas de descredibilização” da CDU e do seu vereador, Torcato Ribeiro, alvo de acusações, “intervenções infelizes, de declarações confusas ou até de lapsos de informação”.
“A CDU não desistiu, e mesmo tendo apenas um vereador eleito, lutou pelos interesses do concelho e defendeu mais uma vez a protecção do património vimaranense”, agora à disposição de todos os que queiram visitar mais um monumento de importância histórica.
E remata: “Que todo o concelho de Guimarães possa assumir esse património ímpar. Valeu a pena lutar!”