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CDU leva protesto contra “erros” das Águas do Alto Minho às ruas de Ponte de Lima

Cerca de meia centena de pessoas participaram esta terça-feira, em Ponte de Lima, num protesto contra a empresa Águas do Alto Minho (AdAM) promovido pela CDU, que defende a devolução da gestão das redes de água e saneamento aos municípios.

A acção começou cerca das 10h00, em frente à loja da AdAM de Ponte de Lima, no distrito de Viana do Castelo, e decorreu durante mais de meia hora sob o olhar distante e atento da PSP.

A AdAM é detida em 51% pela Águas de Portugal (AdP) e em 49% pelos municípios de Arcos de Valdevez (PSD), Caminha (PS), Paredes de Coura (PS), Ponte de Lima (CDS-PP), Valença (PSD), Viana do Castelo (PS) e Vila Nova de Cerveira (Movimento independente PenCe – Pensar Cerveira), que compõem a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho.

Três concelhos do distrito – Ponte da Barca (PSD), Monção (PSD) e Melgaço (PS) – reprovaram a constituição daquela parceria.

A nova empresa começou a operar em Janeiro de 2020, “dimensionada para fornecer mais de nove milhões de metros cúbicos de água potável, por ano, e para recolher e tratar mais de seis milhões de metros cúbicos de água residual, por ano, a cerca de 70 mil clientes”.

A constituição da empresa tem sido contestada por vários partidos e pela população de alguns concelhos, que se queixam do aumento “exponencial” das tarifas e do “mau funcionamento dos serviços”.

O deputado da CDU na Assembleia Municipal de Ponte de Lima, João Monteiro, explicou à Lusa que o protesto integra-se na campanha ‘Erros, desculpas, tarifas, mentiras. Basta. Recuperar a água como um bem público’, lançada na semana passada pelo partido.

“Tem sido visível todos os dias o amontoar de pessoas junto à loja da AdAM, pessoas frustradas, julgo eu enganadas por esta adesão do município a esta empresa. São constantes erros de facturação, linhas telefónicas que não funcionam ou se funcionam são muito deficitárias, enfim, um rol de situações que vão ao encontro da nossa posição na Assembleia Municipal, que foi o voto contra”, afirmou o deputado comunista.

João Monteiro disse suspeitar que “a empresa foi criada com outros objectivos”, e que “com o passar dos anos irão confirmar-se”, referindo-se à privatização das águas.

“Este contrato foi negociado por 30 anos, ou seja, irá vincular os presentes e os vindouros que em nada contribuíram para esta situação”, avançou.

O deputado da CDU criticou o tarifário aplicado no concelho de Ponte de Lima por “seguir a bitola do praticado em Viana do Castelo”, capital de distrito.

“Viana do Castelo é uma cidade, que tem porto de mar, tem comboio, tem outras infra-estruturas que Ponte de Lima não tem. Como tal porque é que os outros municípios têm de seguir esse valor. É injustificável”, apontou, referindo que a “única solução passa pela reversão da criação da empresa”, afirmou.

“A gestão da água tem de voltar à esfera do município de Ponte de Lima”, reclamou.

Na última quinta-feira, em conferência de imprensa, os sete municípios que integram a AdAM criticaram o desempenho da empresa, dando-lhe “o prazo de uma factura” para que “vire a página”, face à “enorme desilusão” da sua actuação desde que foi criada.

Foto PCP de Ponte de Lima

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