No âmbito da comemoração do mês da consciencialização da doença de Alzheimer, a Casa da Alegria, estrutura do Centro Social do Vale do Homem (CSVH), em colaboração com a Unidade Local de Saúde (ULS) Braga e o ISAVE, dinamizou duas ações de conhecimento e sensibilização sobre esta doença.
Em comunicado, o CSVH refere que as ações visaram aumentar a literacia na comunidade sobre esta temática, tendo permitido transmitir aos participantes “mais conhecimentos e formação nesta área, bem como a partilha de experiências que enriqueceram profissionais de saúde e alunos”.
A sessão no centro de saúde de Vila Verde contou com a presença de cerca de 20 profissionais das várias áreas funcionais e a ação esteve ao cargo de Sara Sousa, enfermeira do CSVH, que alertou para a importância de um diagnóstico precoce, uma vez que cerca de 75% de casos de pessoas que vivem com demência sem diagnóstico. A profissional abordou ainda as vantagens da articulação entre o setor social e de saúde.
“A demência tem um impacto físico, psicológico, social e económico, não apenas na pessoa com demência, mas também nos seus cuidadores, familiares e sociedade em geral. É fundamental um trabalho conjunto e multidisciplinar para que a sua abordagem seja eficaz. Esta doença pode ser devastadora e a aceitação da mesma é um longo processo”, explicou Sara Sousa.
Durante a sessão, foi reforçada também “a importância da consciencialização sobre a demência como uma prioridade no que diz respeito à saúde pública, bem como a necessidade premente de se olhar para a saúde mental como um fator impactante na sociedade e, por isso, ser tão importante o diagnóstico precoce e a articulação estreita entre o setor da saúde e o social.”
“LONGO CAMINHO A PERCORRER”
Já a ação no ISAVE contou com cerca de 90 participantes, sendo dirigida a alunos de enfermagem do quarto ano, no âmbito do módulo gerontologia, e teve como oradoras a enfermeira Sara Sousa e a gerontóloga Sandra Cerqueira, ambas do CSVH.
Para Sandra Cerqueira, “Portugal tem, ainda, um longo caminho a percorrer no que diz respeito à população mais idosa, nomeadamente nos apoios a que devem ter direito para um envelhecimento mais digno. Envelhecer num país com contextos socioculturais tão diferentes pressupõe a possibilidade de estratégias diversas. Se o nosso país tem uma população demográfica cada vez mais envelhecida é necessário intervir, capacitar e criar respostas capazes de apoiar para um envelhecimento mais ativo e saudável.”
Acresce, ainda, que “a intervenção em doentes de Alzheimer e outras demências deverá ter como principal objetivo a melhoria da qualidade de vida destes doentes. Por outro lado, cuidar de uma pessoa com doença de Alzheimer pode tornar-se uma tarefa desafiadora, mas também muito desgastante, a nível físico e psíquico”.