Após um longo período dominado pelo anticiclone (quase três semanas), ocorrerão mudanças significativas e generalizadas do ponto de vista meteorológico em Portugal Continental.
A partir de hoje, a crista retirar-se-á para oriente, deixando o nosso país exposto à chegada de frentes e depressões atlânticas. A meio da semana, o anticiclone de superfície também irá abandonar a nossa geografia, permitindo que entremos no raio de ação de um centro de baixas pressões, com as suas frentes associadas.
Como se isto não bastasse, a chegada de um rio atmosférico procedente de latitudes subtropicais e que praticamente ligará as Caraíbas à Península Ibérica, atravessará o oceano Atlântico, trazendo massas de ar repletas de humidade e com um elevado potencial para precipitação forte e abundante. Este fluxo muito húmido irá combinar-se com uma advecção de ar polar e com a presença próxima de depressões.
A semana será chuvosa e instável no nosso país, incluindo as regiões a sul do Tejo. As anomalias mais elevadas são esperadas, como é habitual, no Minho e Douro Litoral, sendo que o resto da Região Norte e parte da Região Centro também deverão ser substancialmente regadas.
A chuva poderá ser forte, abundante e assumir um carácter persistente nalgumas regiões tais como o Minho (Viana do Castelo e Braga) e o Douro Litoral (Porto), onde se preveem acumulações superiores a 100 mm.
A região minhota, em particular, voltará a comportar-se como o “penico” de Portugal perante os ventos marítimos de Sudoeste, carregadíssimos de humidade.
A frente mais ativa, reforçada pelo rio atmosférico que chegará do Atlântico, entrará no Minho na madrugada de quinta-feira (8), deixando chuva de norte a sul de Portugal continental. Depois, na sexta-feira (9), um novo sistema frontal “varrerá” o nosso país de oeste para leste.
Quanto ao fim de semana do Carnaval (10 e 11 de fevereiro), espera-se uma descida da cota da neve, o que possivelmente traria queda de neve à Serra da Estrela e a alguns pontos das serras do extremo norte.
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