Isabel João Silva, investigadora e professora da Escola de Ciências da Universidade do Minho (ECUM), voltou à escola onde frequentou o primeiro ciclo para falar sobre a sua experiência profissional e pessoal e dar a conhecer aos mais novos o mundo dos microrganismos.
A bióloga esteve no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian, em Braga, no âmbito do programa “Cientista Regressa à Escola!”, coordenado pela Native Scientists, uma organização sem fins lucrativos que opera em vários países europeus e implementa programas que conectam alunos e cientistas, para promover a literacia científica e linguística e diminuir as desigualdades.
Isabel João Silva passou ainda pela EB1 de Gondizalves, numa ação que teve o apoio do Município de Braga e a parceria da Direção-Geral de Educação.
Nas duas escolas, quis desmistificar a ideia do que é um cientista e falou da sua área. «Os microrganismos estão em toda a parte no nosso quotidiano e por vezes associam-nos a doenças, mas é relevante que saibam que produzem uma variedade de compostos essenciais à sociedade», apontou.
Entre microscópios, pipetas, placas de Petri e outros materiais trazidos do laboratório, Isabel João Silva desafiou os mais pequenos a observar os microrganismos e até a procurá-los na sala e no recreio. «São experiências simples, mas trazem novidade para as crianças e muitas vezes despertam-nas para a ciência», adiantou a docente do Departamento de Biologia da ECUM.
Os alunos do 4º ano do conservatório sentiram-se “cientistas por um dia”. «Gostei muito, aprendi que há microrganismos que sobrevivem fora da Terra durante muito tempo», disse um deles, Daniel. Já Clara, que quer ser veterinária, ficou agora com a vontade de se tornar cientista.
Na escola, desenvolvem experiências na disciplina de Estudo do Meio e Luca também se mostrou interessado, dizendo que «os microrganismos aparecem em muitos lugares e com eles podemos fazer corantes e outras coisas».
«Como são muito curiosos, precisam muito de ver, fazer e experienciar para que a aprendizagem seja efetiva, por isso esta iniciativa é excelente», disse a professora do 1º ciclo Filipa Pimentel.
Isabel João Silva licenciou-se em Biologia Aplicada na UMinho, doutorou-se na área de Biologia Molecular de Leveduras e fez o pós-doutoramento na área da estrutura-função de permeases (proteínas que ajudam a transportar substâncias para dentro ou fora da célula).
Foi investigadora na Universidade do Porto, nomeadamente na Unidade de I&D em Nefrologia, no Instituto Nacional de Engenharia Biomédica e no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde. Está desde 2016 no Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA) da UMinho, pesquisando sobre proteínas transportadoras para otimizar fábricas celulares microbianas, entre outros aspetos.
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