«Este é um espólio riquíssimo, de valor incalculável e que muito orgulha Vila Verde e o Minho». Foi deste modo que a presidente da câmara municipal de Vila Verde deu o mote na cerimónia de inauguração da exposição ‘O Lenço no Traje’ do Baixo Minho, da autoria do alto-minhoto Ivo Rua, um colecionador que traz à biblioteca de Vila Verde a indumentária minhota ‘de outros tempos’, com destaque para o lenço.
«Era um adereço imprescindível da indumentária feminina durante muitos anos, de norte a sul do País», assinalou o autor, que fez questão de trazer a Vila Verde alguns exemplares únicos, «alguns centenários» e de várias classes sociais, do povo às famílias abastadas do seu tempo.
«Não há propriamente um lenço que distinga o alto-Minho do baixo-Minho, ou um lenço característico desta ou daquela zona», destacou o colecionador, frisando que «o lenço era usado de norte a sul do país. Os do Minho são de várias cores, tecidos e texturas. Era comprado, ou feito, consoante o gosto da senhora e a ocasião em que seria usado».
Era, de resto, um adereço que «nenhuma mulher dispensava» e era comprado e usado «para diferentes ocasiões. Para os trabalhos do campo, para ir à missa, para o casamento», entre outras tarefas da vida quotidiana.
«Era escolhido para o traje do campo, domingueiro, ou para ocasiões especiais», disse, embora tenha reconhecido que «alguns trajes eram mais comuns nesta zona. As mulheres viam e replicavam».
UNIÃO DE TRADIÇÕES CANTOU ‘À CAPELA’
Com animação pelo Grupo Folclórico ‘União de Tradições’, o grupo vilaverdense que entoou ‘à capela’ alguns temas do cancioneiro popular, a Biblioteca Municipal de Vila Verde encheu para o momento inaugural.
Ivo Rua, acompanhado da sua esposa Pilar (que o acompanha neste «gosto» pelo traje minhoto), deu explicações e apontamentos históricos aos presentes sobre a exposição que retrata vários lenços e trajes de finais do século XIX e princípios do século XX. Entre outros, não falta também o lenço de namorados.
A coleção vai para além do lenço, embora seja um adereço comum a todos os espaços e áreas de exposição. Tem patente ao público um riquíssimo espólio de jaquetas, coletes, aventais, saias, algibeiras, entre outras peças.
Entre muitos convidados, nota de destaque para a presença do representante da Federação do Folclore Português, Miguel Ângelo Oliveira, que fez uma declaração escrita de regozijo pelo momento, sublinhando a importância de «tudo o que valoriza o folclore e o movimento folclorista nacional».
A exposição vai estar patente ao público até dia 31 de Janeiro, na Biblioteca Municipal de Vila Verde – Professor Machado Vilela.
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