O Tribunal de Vila Verde começou esta segunda-feira o julgamento de uma mulher que está acusada pelo Ministério Público de quatro crimes de maus-tratos a animais de companhia, em Cervães.
Na sessão, em que foram ouvidas várias testemunhas – entre as quais o ex-companheiro – a arguida não esteve presente, uma vez que se encontra no Luxemburgo, de onde é natural. Deverá apenas ser ouvida no dia 11 de Outubro, a data escolhida para prosseguir o julgamento.
CASO
O caso remonta a 2019. Segundo a acusação do Ministério Público (MP), a arguida tinha quatro cães no quintal de casa, em Cervães, aos quais não dava comida nem água, nem lhes limpava as fezes.
O caso foi despoletado após uma denúncia da Associação de Defesa dos Animais e do Ambiente de Vila Verde.
Uma patrulha da GNR foi ao local, à casa onde vivia a mulher, de 30 anos, e onde estavam cinco cães, quatro deles «subnutridos, maltratados, com sinais de abandono, sem água nem comida, e a carecer urgentemente de tratamento veterinário».
A Guarda questionou-a, tendo esta dito que só um dos cães lhe pertencia, sendo os outros quatro de um seu ex-companheiro, que se encontrava no estrangeiro, desde Janeiro, tendo ela ficado de os alimentar.
Segundo o MP, foi esta a «versão espontânea» que apresentou à GNR, frisando que se terá comprometido com o ex-companheiro – de quem tem um filho – a alimentar bem como a tratar da higiene e da saúde dos canídeos.
A acusação acredita, com base no senso comum e nas práticas do dia-a-dia, que essa tenha sido a combinação entre os dois e daí que tenha arquivado o processo na parte que dizia respeito ao homem, até porque não foi possível interrogá-lo.