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Comédias do Minho e Teatro do Frio transformam espaço público em museu imaginário

Uma coprodução do Teatro do Frio, do Porto, e das Comédias do Minho transformou cinco concelhos do Alto Minho num museu imaginário, onde as obras de arte estão expostas no território e com acesso livre.

“Esta é uma oportunidade para o visitante quebrar o lado físico e arquitectural de um museu, para perceber que o território é, por si só, um museu e que as ficções que propomos para o espaço público promovem este museu”, afirmou na sexta-feira à agência Lusa o director artístico do Teatro do Frio, Rodrigo Malvar.

Em causa está o projecto Museu do Futuro Próximo, que começou em finais de Julho e decorre até 26 de Setembro nos concelhos de Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Valença e Vila Nova de Cerveira.

Rodrigo Malvar referiu que a nova criação, que integra o projecto DEVIR, lançado pelas duas companhias para responder ao período pandémico, pretende pôr o visitante a “questionar o conceito de museu, a partir as paredes do museu, para perceber que o território também pode ser um museu, com as suas obras de arte acessíveis a qualquer pessoa que utilize o espaço público”.

No total, são propostas visitas a 35 locais espalhados pelos cinco concelhos do vale do Minho, onde o visitante é confrontado com 35 textos e 35 bandas sonoras concebidas pelas duas companhias.

“Em cada concelho arranjámos um átrio do dito museu que, por exemplo, em Paredes de Coura é uma casa rural, em Vila Nova de Cerveira é a biblioteca. Nesse átrio, as pessoas recebem um postal e um mapa com o percurso que devem seguir até aos sete sítios que integram a nossa proposta. A partir daí as pessoas podem dar início a uma viagem por esses sete locais, parar para ouvir uma música e um texto onde ficcionamos o que está a ver e propomos um outro olhar sobre o território”, especificou.

Ao receber o envelope e mapa do percurso proposto, o visitante pode “descarregar no telemóvel os sete dramas sonoros, pôr os auscultadores e colocar o dispositivo em modo voo para iniciar a sua divagação entre os sete observatórios naturais propostos pelo Teatro do Frio e as Comédias do Minho”.

“Sem tempo ou caminho pré-definido, deixando-se guiar pela decisão ou curiosidade, a visita, autónoma, acontece pelo pé”, desafiam as companhias num comunicado enviado às redacções.

O novo projecto adianta que “em cada município podem ser visitadas sete obras de arte expostas em observatórios espalhados pelos espaços públicos”, transformando-o num “espaço museológico, sem confinamento histórico ou conceptual”.

O Teatro do Frio – Pesquisa Teatral do Norte é um colectivo de pesquisa, criação e produção teatral oficialmente constituído em 2005.

As Comédias do Minho são um projecto cultural dos municípios de Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Valença e Vila Nova da Cerveira.

O grupo, com sede em Paredes de Coura, assenta a sua actividade em três eixos de intervenção: o teatro, um projecto pedagógico, apostando na formação artística dos jovens, e um projecto comunitário, difundindo e dinamizando projectos das comunidades, apoiando também a formação de grupos de teatro amadores.

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