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Comissão Política do PSD/Barcelos demitiu-se por discordar da candidatura de Mário Constantino e da coligação com BTF 

A Comissão Política Concelhia de Secção (CPS) do PSD de Barcelos anunciou esta terça-feira à noite a demissão, acusando a Direcção Nacional do partido de inviabilizar a candidatura do empresário João Sousa proposta pela Distrital recorrendo a “velhos métodos de fazer política”.

Em comunicado diz que discorda da opção de Mário Constantino, o candidato escolhido pela Direcção Nacional do partido, bem como da coligação com o movimento Barcelos, Terra de Futuro, do ex-vice-presidente socialista Domingos Pereira.

“Porque não nos foi possível cumprir a nossa missão, não resta a esta Comissão Política outra alternativa que não a de antecipar o final do seu mandato. Volvidas as eleições autárquicas devolveremos aos militantes a palavra para que seja eleita nova direcção”, lê-se no comunicado.

Recorde-se que, a Concelhia tinha escolhido como candidato à Câmara um independente, o empresário João Sousa, decisão aprovada pela Comissão Política Distrital, mas que o órgão nacional não aceitou, impondo o nome de Mário Constantino e a coligação que propunha.

A actual Concelhia é liderada por António Lima, anterior vice-presidente, que subiu à liderança depois de o anterior líder, Bruno Torres, se ter demitido quando o seu nome como candidato não foi aprovado na Concelhia.

Bruno Torres que integra as listas da Coligação Barcelos Mais Futuro (PSD, BTF e CDS).

VELHOS MÉTODOS

No comunicado, a secção argumenta que a escolha de João Sousa foi “inviabilizada através de velhos métodos de fazer política” e diz que os atropelos aos estatutos foram reconhecidos “pelo Conselho de Jurisdição do PSD, bem como por dois acórdãos do Tribunal Constitucional”.

E acrescenta: “Mas, mais grave que a indicação do candidato, foi todo o conjunto de acontecimentos que lhe seguiram com absoluto desrespeito pelas estruturas legitimamente eleita”. 

Acusa, ainda, Mário Constantino de ter “negociado e assinado uma coligação com o CDS-PP e um acordo com o BTF, utilizando ou meios do partido sem dar qualquer conhecimento à CPS, indicando um candidato à presidência da mesa da Assembleia Municipal diferente do aprovado pela Comissão Política, elaborando as listas à Câmara Municipal e à Assembleia Municipal a seu bel-prazer e, ainda mais grave, incluindo Domingos Pereira (ex-vereador e ex- vice presidente da estrutura local do Partido Socialista) na lista à Câmara Municipal, ao arrepio da vontade manifestada pelos militantes presentes no último plenário de secção, que rejeitaram terminantemente a inclusão desse nome na lista”.

“Tudo isto sem dar qualquer satisfação, nem colher qualquer aprovação por parte do órgão partidário local”, realça.

VIOLAÇÃO DOS ESTATUTOS

A Concelhia, que pretendia entregar uma segunda lista no Tribunal, diz que, “convocado para a entrega das listas aprovadas pela Comissão Política de Secção de Barcelos, também o Mandatário de Listas indicado pela Comissão Política Nacional, companheiro Carlos Reis, agindo em benefício próprio, se recusou a receber e fazer entregar no tribunal as listas legitimamente elaboradas e aprovadas pela Comissão Política de Secção, em violação grave e grosseira dos Estatutos Nacionais do PSD quanto ao processo e órgãos com competência para aprovar e submeter listas, assim como negociar coligações ou acordos locais”.

E explica a demissão: “Perante isto a Comissão Política de Secção poderia ter forçado a entrega das suas listas no tribunal, ou poderia ainda ter impugnado aquelas que foram ilegitimamente entregues. Mas tal decisão teria como consequência a inexistência de listas do PSD concorrentes à Câmara e Assembleia Municipais. A Comissão Política, em benefício do Partido e da democracia entendeu não o fazer. Não poderíamos privar os barcelenses de uma alternativa ao Partido Socialista”.

Em 2017, nas últimas autárquicas, o PS ganhou a Câmara de Barcelos, elegendo cinco vereadores.

O PSD e o CDS, coligados, obtiveram quatro mandatos e o BTF conseguiu dois.

Nas eleições de Setembro, o socialista Miguel Costa Gomes, que preside à Câmara desde 2009, não se pode recandidatar, devido à lei de limitação de mandatos, pelo que o candidato do PS é Horácio Barra, actual presidente da Assembleia Municipal.

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