Com o caso da empresa Spinumviva, agora na mão dos filhos de Luís Montenegro, a dominar a vida política nacional, surgiram dois nomes com ligações aos bracarenses Hugo Soares, secretário-geral do PSD, e João Rodrigues, candidato social-democrata à Câmara de Braga.
Na leitura de uns, estas interacções mostram que o primeiro-ministro tem ainda muito que explicar para além do que disse na declaração ao país do passado sábado. É o caso do PCP que avançou com uma moção de censura, a exemplo do que fizera o Chega. Outros desvalorizam, como ministro Paulo Rangel fez este domingo, acusando a oposição a Montenegro de pretender desestabilizar um Governo (minoritário) já de si frágil à nascença.
ADVOGADOS E AS LIGAÇÕES A HUGO SOARES
No meio de tudo isto, surge o nome da assessora Inês Patrícia Varajão Borges, advogada da empresa familiar de Luís Montenegro (ainda com a mulher na gestão). Acontece que Inês Patrícia tem como domicílio fiscal a sociedade de advogados do líder parlamentar do PSD, Hugo Soares.
Mas não só. É casada com João Rodrigues, vereador e candidato do PSD à autarquia bracarense. Que também é sócio fundador precisamente do escritório de advocacia de Hugo Soares, informação confirmada à revista VISÃO pelo próprio secretário-geral social-democrata.
O advogado bracarense André Costa é o segundo nome que surge como um dos assessores externos da Spinumviva. Hugo Soares nega que alguma vez tenha trabalhado para o seu escritório.
Segundo a Visão, André Costa e Inês Patrícia são apresentados com uma breve nota curricular para cada um deles, nas quais ficam claras as competências específicas que lhes permitem prestar o serviço de consultadoria na área da protecção de dados, competências que nem a mulher de Luís Montenegro nem os seus dois filhos – os sócios da empresa – ostentam no seu currículo.
Ainda segundo elementos a que a mesma revista teve acesso, estes assessores ganharam pouco mais de 66 mil euros em 2023, ano em que a empresa facturou pouco mais de 235 mil euros, e cerca de 68 mil euros em 2022, quando a empresa facturou outros 415 mil euros.
A narrativa de interesses nebulosos a envolver não só Montenegro, mas também o PSD ganhou forma.
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