A Câmara de Vila Verde prepara-se para lançar nos próximos dias, durante a próxima semana, o concurso público para o projeto de execução do Eixo Periférico Norte-Sul, uma nova via de cintura externa, entre Soutelo e Gême, que pretende funcionar como alternativa à EN 101.
“Não é, de todo, uma substituição da variante, mas acreditamos que poderá aliviar bastante o trânsito, beneficiando todos aqueles que precisam de usar diariamente esta via”, disse ao jornal “O Vilaverdense” a presidente da Câmara de Vila Verde, Júlia Fernandes.
De acordo com a autarca, depois de ter o projeto de execução e de fazer a “aquisição de quase 900 parcelas de terreno”, o município espera lançar o concurso público para o arranque da obra em 2025, tal como “O Vilaverdense” já tinha adiantado.
“Vamos aproveitar algumas vias existentes, que serão alargadas e ficarão com um perfil idêntico à EN 101, com passeios e ciclovias, além de criarmos vias novas”, sublinhou Júlia Fernandes. O Eixo Periférico Norte-Sul, que terá cerca de sete quilómetros de extensão, vai ligar a zona onde está o polo do IPCA, em Soutelo, e o parque industrial de Gême.
O investimento global ainda não está totalmente quantificado, mas “rondará os oito milhões de euros”, segundo a autarca vilaverdense. “Será a Câmara a assumir na totalidade, uma vez que nem no PRR nem no Portugal 2030 há verbas para infraestruturas viárias”, adiantou.
FORCING PELA VARIANTE
Júlia Fernandes garantiu que a Câmara de Vila Verde vai continuar a reivindicar a construção de uma variante à EN 101, que “terá de ser feita pelo Governo”. A obra já está inscrita no Plano Nacional de Investimentos 2030, mas sem orçamento nem projeto de execução.
“Temos agora uma forte esperança de que o projeto de execução possa avançar brevemente. É um assunto que vamos levantar novamente junto do novo ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, que convidaremos para vir a Vila Verde para constatar ‘in loco’ as dificuldades que existem”, anunciou a autarca.
Segundo a edil vilaverdense, a autarquia pretende reunir com o novo Governo para que, “em conjunto”, possam ser encontradas as “soluções necessárias” para os problemas de mobilidade no concelho, “que não são apenas na EN 101”.
“A EN 201, por exemplo, também precisa de ser requalificada. No caso da Rotunda do Canoísta, já pedimos que seja realizada uma passagem desnivelada, seja um túnel ou um viaduto, para resolver os engarrafamentos”, frisou.
LIGAÇÃO PRADO-OLEIROS
A ligação entre a Vila de Prado (Rotunda do Canoísta) e o parque industrial de Oleiros deverá começar a ser construída este ano. Em causa está um investimento total de cerca de três milhões de euros, incluindo a aquisição de terrenos, que será também suportado pela Câmara.
“Trata-se de uma via de 1,5 quilómetros, para a qual também não há financiamento, mas que é extremamente importante para o desenvolvimento do concelho”, explicou Júlia Fernandes. Além de procurar mitigar as “grandes dificuldades” em termos de trânsito naquela zona, a nova ligação pretende também “atrair mais empresas” para aquela zona industrial.
“Queremos melhorar as condições das empresas que já se encontram instaladas em Oleiros e fazer com que haja mais a poder-se fixar, uma vez que há capacidade para que isso aconteça”, concluiu a autarca de Vila Verde.
Em breve será lançado um novo pacote de investimentos de três milhões de euros para requalificar várias estradas concelhias.