A Secção do Património Arquitetónico e Arqueológico do Conselho Nacional da Cultura deliberou a abertura do procedimento para a classificação da Fábrica Confiança. Isto significa que “até à decisão final de classificação, o imóvel fica legalmente sujeito a vários tipos de medidas de protecção, nomeadamente, no que se refere a obras e a licenciamentos”, lê-se no comunicado do Ministério da Cultura.
Esta decisão surge depois de em outubro passado a assembleia municipal de Braga ter aprovado a venda antiga saboaria Confiança.
A autarquia tinha comprado o complexo da Fábrica Confiança por 3,5 milhões de euros em 2012 como objectivo de reabilitar os edifícios e criar uma área museológica que preservasse a memória da indústria na cidade.
Mas este ano, reconhecendo que não tinha recursos para intervir do edifício, optou pela venda por um valor na ordem dos 4 milhões de euros.
Já este mês, o Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga aceitou uma providência cautelar interposta por um grupo de cidadãos “para travar” a hasta pública da fábrica. O processo de classificação agora aberto virá limitar futuras utilizações do espaço.
A Saboaria e Perfumaria Confiança, ou Fábrica da Confiança, foi fundada em 1894 e até 2005 produziu sabão, sabonetes e perfumes. Segundo o comunicado, “o edifício apresenta características representativas da arquitetura industrial oitocentista”.
A Fábrica Confiança foi a protagonista de um dos primeiros filmes portugueses, de autoria de Aurélio da Paz do Reis. O filme, de 1896, mostra a saída dos operários da fábrica enquanto na rua passam charretes.