O vinho e a sua indústria estão a atravessar uma crise mundial. Em 2024, o consumo do produto caiu para 214 milhões de hectolitros, sendo o valor mais baixo desde 1961, segundo a Organização Internacional do Vinho (OIV).
Esta é uma redução de 3,3% face a 2023, sendo resultado de fatores como a inflação e a incerteza e as mudanças em hábitos de consumo.
Mesmo com a descida, o vinho está, mais do que nunca, a ser consumido a nível mundial, com novos mercados a surgir. Nos EUA, Japão e Coreia do Sul há aumentos no consumo.
Ainda assim, os consumidores bebem cada vez menos e com menos frequência, protegendo a saúde.
Segundo estudos recentes, pelo menos metade dos compradores de vinho quer ativamente reduzir o consumo, sobretudo os jovens adultos, que já não consomem, por exemplo, o vinho às refeições.
Quanto às exportações de vinho, estas mantiveram-se estáveis nos 99,8 milhões de hectolitros, enquanto o valor das exportações caiu para os 36 mil milhões de euros (0,3%).
Ainda assim, o preço médio de exportação continua alto, nos 3,60 euros por litros, sendo cerca de 30% acima dos valores anteriores à pandemia, pela inflação e oferta baixa.
A área mundial de vinha está mais pequena pelo quarto ano consecutivo, com uma contração de 0,6% em 2024, resultando no total de 7,1 milhões de hectares. Ainda assim, alguns países registam uma expansão nas áreas de cultivo.
Regista-se, ainda, uma maior abertura à experimentação de novas bebidas como cocktails, cervejas artesanais e bebidas não alcoólicas, sobretudo com influência das redes sociais.
Ainda, procuram-se, cada vez mais, os produtos premium. Assim, mesmo com o consumo global em crise, os consumidores procuram experiências mais sofisticadas.
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