Pico de Regalados cumpre, este sábado, 01 de Julho, o 20º aniversário da elevação à categoria de Vila. Foi com base no projeto-de-lei de deputados do PSD liderado pelo então deputado vilaverdense Jorge Pereira, datado de 09 de Janeiro de 2003, que a Assembleia da República acabaria por aprovar a elevação à categoria de Vila de Pico de Regalados, votada e aprovada a 01 de Julho desse mesmo ano.
HISTÓRIA
Pico de Regalados terá sido um dos primeiros julgados a ganhar autonomia e identidade próprias, sendo um dos primeiros concelhos do País a ser instituído.
Nesta área deteve a Ordem de Malta importantes bens. Razão pela qual o brasão de armas de Pico de Regalados ostenta, em chefe, a cruz daquela antiquíssima Ordem Religiosa e Militar.
Pico (S. Cristóvão) e Pico de Regalados (S. Paio), duas freguesias hoje separadas, são o que constituía antigamente a vila de Pico de Regalados, antes denominada Pica de Regalados, e depois simplesmente Regalados. Afonso Henriques a fez couto e a deu ao Arcebispo de Braga, D. Paio Mendes, em 1130, em reconhecimento dos serviços que lhe ia prestando nos preparativos da fundação da nacionalidade.
Segundo as Inquirições de 1258, o julgado de Regalados era constituído por 20 freguesias.
Segundo o cadastro de 1257, o concelho de Regalados tinha as seguintes confrontações: a norte com o termo de Nóbrega, a poente com Panelas do Conde e de D. João e com Vila Chã, a nascente com Galiza, légua e meia com a terra de Araújo, e a sul com o concelho de Entre Homem e Cávado, pelo rio Homem abaixo.
Pedro Gomes de Abreu, senhor do couto e casa de Abreu e dos direitos reais de Vilas-Boas é alcaide-mor de Lapela e teve este senhorio da vila e concelho.
Vivia em Coucieiro e era casado com D. Aldonça de Sousa.
Dos descendentes saiu Pedro Gomes de Abreu, senhor de Regalados e de toda a casa de seu pai, que perdeu tudo por ter passado para o lado de Castela, para o rei D. Filipe III e IV de Espanha (deposto em 1640), que o fez Conde de Regalados.
Revertendo estes senhorios à coroa, D. João IV deu-os a D. Gastão Coutinho, governador da província do Minho e comendador de Caldelas, mas os irmãos de Pedro Gomes de Abreu, que se conservavam fiéis à sua pátria, opuseram-se a esta doação, ficando D. Gastão só com o senhorio de Regalados.
Este D. Gastão também era descendente dos senhores de Regalados.
Manuel I concedeu-lhe foral, em Lisboa, a 13 de Novembro de 1513. Esse foral compreendia as seguintes terras: Gême, Gondoriz, Lanhas, Atães, Barros, Coucieiro, Sande, Passô, S. Miguel do Prado, S. Paio de Mós, São Miguel de Oriz, Santa Marinha de Oriz, S. Martinho de Valbom, S. Cristóvão do Pico, S. Vicente, Cibões (ou Sibões) e Vilarinho, chamando ao concelho então fundado Regalados.
Pedro Gomes d’Abreu, vivia em Coucieiro e foi senhor do couto e casa de Abreu, e dos direitos reais de Vilas-Boas e alcaide-mor de Lapela, teve o senhorio da vila e concelho de Pico de Regalados. D. Manuel I concedeu foral a Pico de Regalados em 13 de Novembro de 1513.
De acordo com as «Memórias Paroquiais de 1758», Pico de Regalados contava-se entre as terras notáveis com autonomia jurisdicional, pelo que tinha senhorio às mãos do senhor do couto e Casa de Abreu e oficialato com juiz ordinário, vereadores, procurador do concelho, almotacés, escrivão da câmara e almotaçaria, quatro tabeliães do judicial e notas, inquiridor, distribuidor e contador, juiz dos órfãos e escrivão, juiz das sisas, alcaide, capitão-mor e sargento-mor e quatro companhias de Ordenanças.
Em 1800 tinha jurisdição autónoma, contando com um juiz ordinário próprio, sob a égide da comarca de Viana do Castelo.
Tinha, em 1801, 7 174 habitantes, e em 1849, 8 864 habitantes.
Em 1836, por decreto de 6 de novembro, foram extintos os concelhos de Aboim da Nóbrega, Vila Chã e Larim, e os coutos de Gomide, Sabariz (freguesias de Sabariz e Condeceda), e Valdreu, passando a fazer parte do concelho de Pico de Regalados assim, bem que provisoriamente, as freguesias de Caldelas, Sequeiros, Torre e Fiscal do concelho de Amares, perdendo Gondoriz a favor de Terras de Bouro.
Era uma das mais antigas comarcas e concelhos do reino, que foram suprimidas e transferidas as sedes da comarca e do concelho para Vila Verde, a 24 de Outubro de 1855, juntamente com os concelhos de Prado, Vila Chã e Larim e Penela, dando origem ao actual concelho de Vila Verde.
O concelho de Pico de Regalados tinha 2000 fogos e a comarca 8800.
Foi uma freguesia extinta (agregada) em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, para, em conjunto com Gondiães e Mós, formar uma nova freguesia denominada União de Freguesias de Pico de Regalados, Gondiães e Mós.
Atualmente, podemos encontrar no centro de Pico de Regalados a Casa dos Abreus de Regalados.
Esta casa foi edificada sobre as ruínas de um antiquíssimo paço dos senhores de Regalados e deve ser considerada como o solar dos representantes diretos dos legítimos Abreus.
Em 1790, o desembargador João José d’Abreu e Silva, achando a velha torre solarenga quase reduzida a escombros, decidiu transformá-la num belo e vasto edifício, mas a morte não o deixou concluir e assim ficou.
Pico de Regalados conta com 3,55 km² de área.
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