A Deco Proteste já reagiu ao anúncio da Via Verde de que vai alterar os serviços a partir de 5 de Janeiro, criando as modalidades Via Verde Auto-estrada e Via Verde Mobilidade, com diferentes preços.
O organismo afirma que “o novo tarifário da Via Verde prevê aumentos de 50% em assinaturas que integram os serviços habituais e elimina a possibilidade de comprar um identificador”.
“Por não haver concorrência directa no mercado de pagamentos automáticos de portagens, os utilizadores de auto-estradas ficam encurralados”, defende a defesa do consumidor.
A partir de 5 de Janeiro, a Via Verde vai descontinuar os pacotes de assinatura comercializados sob as designações Via Verde Livre e Via Verde Leve, passando a comercializar novas modalidades de subscrição, “com preços bem mais elevados do que as anteriores e, em alguns casos, com menos serviços associados”, acusa ainda a Deco.
Para já, estas alterações no tarifário da Via Verde não se aplicam aos utilizadores que adquiriram o identificador, até agora disponível por 32 euros (menos 5,50 euros se aderisse ao extracto electrónico).
No entanto, a empresa decidiu também descontinuar a possibilidade de novas aquisições de identificadores, passando a comercializar exclusivamente serviços de assinatura, refere a DECO.
“Repudiamos a prática comercial anunciada pela empresa, que sujeita os clientes a aumentos que chegam aos 50%, muito acima dos 3% previstos para a inflação, para manterem o acesso aos serviços que já tinham contratado com o operador, o que só pode estar escudado pelo facto lamentável de não existir concorrência que ameace o domínio inequívoco da Via Verde neste mercado”, pode ler-se em comunicado publicado na DECO Proteste.
A defesa do consumidor acusa a empresa de mascarar “agora o novo tarifário numa suposta reestruturação da oferta”.
“Constatamos que a Via Verde não acrescentou, afinal, qualquer serviço àquilo que já oferecia antes de 5 de Janeiro. Apenas conduzirá os consumidores a pagarem muito mais caro pelo mesmo conjunto de serviços de que já dispunham”, defendem.
A Deco critica ainda “a decisão da Via Verde em descontinuar a venda de identificadores, obrigando potenciais clientes a vincularem-se a assinaturas que não desejam e que, em muitos casos, acabam por ser mais dispendiosas para os utilizadores de auto-estradas.”
“Receamos até que os actuais proprietários de identificadores acabem por ser encurralados no momento em que os seus dispositivos precisem de nova pilha, não lhes sendo dada outra alternativa que não a subscrição de uma assinatura.
É preciso salientar que a Via Verde opera há décadas como operador único no sistema de cobrança de portagens em Portugal e conta actualmente com cerca de 3 milhões de clientes, para quem esta é a única opção para pagamentos de portagens por débito de forma automática”, referem.