SEGURANÇA (País)

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Depois de tiroteio em Viseu, Ventura convoca debate de urgência no Parlamento e exige a Marcelo convocação do Conselho de Estado

O líder do Chega, André Ventura, anunciou hoje que o seu partido vai convocar um debate de urgência na Assembleia da República para o dia 7 de janeiro sobre o estado da segurança em Portugal. Em conferência de imprensa, exigiu o compromisso do Parlamento, do Governo e do Presidente da República com um eventual pacote de medidas contra a insegurança.

Ventura revelou , ainda, que escreveu «a título pessoal» a Marcelo Rebelo de Sousa, apelando à convocação de um Conselho de Estado para debater a situação de segurança do País.

Na conferência de imprensa convocada pelo partido em reação ao sucedido na sexta-feira em Viseu, onde um uma rixa com tiroteio entre famílias rivais vitimou uma pessoa e feriu outras duas, Ventura disse que «após os eventos ocorridos ontem, o Parlamento tem de tomar decisões em relação ao que quer fazer».

Recentemente eleito conselheiro de Estado, o líder do Chega falou diretamente a Marcelo Rebelo de Sousa: «Entendo que o Presidente da República deve ter uma palavra sobre o estado da insegurança em Portugal. O PR, como mais alto magistrado da nação, tem o direito, mas sobretudo o dever, de alertar o Governo, a Assembleia da República, e os restantes poderes públicos para a necessidade de dar mais autoridade à polícia, mais força às nossas forças de segurança, e a alteração da moldura jurídica para crimes graves como os que aconteceram ontem».

Apesar de ser da matéria exclusiva do chefe de Estado a reunião dos conselheiros, Ventura decidiu «como conselheiro de Estado, escrever ao PR sugerindo a convocação e realização urgente de um Conselho de Estado para analisar o estado de insegurança brutal que vivemos em Portugal nos nossos dias». Na sua óptica, «era importante que o PR desse uma palavra e era importante que fosse aconselhado, ou que pelo menos ouvisse, as forças vivas da sociedade».

INSEGURANÇA

O partido propôs-se ainda a «alertar o poder político, parlamentar, governamental e presidencial, para a necessidade de rapidamente levar a cabo um pacote contra a insegurança aprovado no Parlamento, em vigor em todo o território nacional», com foco no «combate às armas ilegais, passando por um aumento de penas para crimes relacionados com o crime organizado», como o tráfico de droga, de seres humanos e a criação de redes de prostituição.

Para Ventura, «estes crimes estão a aumentar em Portugal, parte de redes organizadas que aqui se instalaram porque sentem que não há nenhum controlo, ou pouco controlo, sobre as suas atividades».

Trazer o tema da segurança a um debate de urgência no Parlamento tem como objetivo, para Ventura, poder «pelo menos chegar a um consenso de que estamos pior, de que a insegurança está a ser o novo dia a dia e o novo normal dos portugueses».

Ventura disse que o sucedido em Viseu «é o resultado de um país que antes era escondido e que antes não pode ser mais escondido (…) Está à vista de todos a cultura de impunidade que permitimos».

No fim da conferência de imprensa, disse que «há um problema com a etnia cigana em Portugal», relacionando diretamente o sucedido em Viseu com a comunidade romani, apesar de não ter sido oficialmente identificada a etnia do suspeito, atualmente em fuga.

ovilaverdense@gmail.com

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