Foi condenado a 10 anos de prisão Alexandre Gonçalves, 23 anos, no Tribunal de Almada, pela morte da irmã, Lara Gonçalves, de 17 anos. O crime foi cometido na casa onde ambos moravam, na Urbanização Fonte da Prata, em Alhos Vedros, Moita, a outubro de 2023.
O jovem, ao ser acusado de homicídio qualificado, enfrentava uma moldura penal de 12 a 25 anos de prisão, mas o coletivo de juízes condenou-o antes por homicídio simples, que tem uma com moldura de oito a 16. A pena fixou-se em dez anos, pelo jovem padecer de autismo.
O arguido terá morto a irmã por esta consumir drogas e ter relações sexuais com homens casados, comportamentos que eram contra a fé cristã do mesmo.
O crime teve lugar a 2 de outubro de 2023, pelas 06h30 da manhã, depois do pai dos irmãos ir trabalhar. O jovem asfixiou a irmã na sala de estar, deixando o corpo de braços e pernas estendidas. De seguida, saiu para trabalhar, pelo que foi a avó a encontrar o corpo de Lara.
Meses depois, Alexandre foi detido pela Polícia Judiciária de Setúbal, negando sempre a autoria do crime em tribunal. O mesmo apontou que foi ameaçado por homens que não conhecia que queriam entrar na sua casa para acertar contas de droga com Lara. Segundo Alexandre, foram estes homens que a mataram, tendo ele, apenas, aberto a porta. O coletivo de juízes não validou esta versão.
Alexandre Gonçalves é autista e o Ministério Público apontava, já desde o despacho de acusação, imputabilidade diminuída.
Já em tribunal, o perito do Instituto de Medicina Legal fez a avaliação psiquiátrica do arguido e disse que, apesar de agir de forma consciente e saber distinguir o certo do errado, Alexandre tem défice de empatia causado pelo autismo.
O advogado do arguido, António Falé de Carvalho, vai recorrer, mas considerou a pena expectável. Primeiro, pedirá a libertação do arguido, que nunca confessou. Caso não seja possível, pedirá o cumprimento da pena em hospital prisional.
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