A partir de agora, e durante o novo estado de emergência em Portugal, passa a estar proibido o consumo de pipocas e refrigerantes dentro das salas de cinema.
A medida faz parte do decreto-lei que regulamenta o actual estado de excepção, o mais grave de todos, no País. A decisão surge num contexto em que o sector acumula, desde meados de Março, quebras superiores a 80%.
“Nas áreas de consumo de cafetaria, restauração e bebidas destes equipamentos culturais devem respeitar-se as orientações definidas pela Direcção-Geral da Saúde [DGS] para o sector da restauração, não sendo permitido o consumo de alimentos ou bebidas no interior das salas de espectáculo ou de exibição de filmes cinematográficos”, lê-se no diploma.
O objectivo é o de impedir o surgimento de novas cadeias de transmissão, numa altura em que o País já terá atingido o pico de contágios desta segunda vaga do surto do novo coronavírus.
A decisão preocupa Paulo Santos, director-geral da Associação Portuguesa da Defesa de Obras Audiovisuais, que considera que esta foi “a cereja no topo do bolo para acabar com a actividade”, explica em declarações à TSF.
“Parece-nos que esta decisão será a causa directa e adequada ao encerramento prematuro de alguns que já eram expectáveis, porque os apoios não estão a aparecer, as linhas de crédito que foram criadas não são aplicadas, na maioria dos casos, aos cinemas, e portanto, se isto fosse batalha naval, eu diria que esta última decisão foi um tiro no porta-aviões, porta-aviões ao fundo”, disse Paulo Santos depois de já terem sido proibidas as sessões de cinema durante a noite -que representavam cerca de 40% das receitas- e a partir das 13 horas aos fins-de-semana.