Os 14.045 acidentes registados nas estradas portugueses entre Janeiro e Maio deste ano provocaram 179 mortos, dos quais oito em Braga, uma das maiores subidas em relação ao mesmo período de 2023. Este número está em linha com a tendência crescente nos acidentes, nas vítimas mortais, nos feridos graves e nos feridos ligeiros, segundo Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária.
O relatório de sinistralidade a 24 horas e fiscalização rodoviária de Maio de 2024, divulgado esta quinta-feira pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), refere que se registaram também 16.332 feridos ligeiros.
No que diz respeito ao número de vítimas mortais, registaram-se mais oito mortos em Braga, uma das maiores subidas no período, a par com Lisboa, o que os torna os (trágicos) campeões da sinistralidade rodoviária.
“Face aos primeiros cinco meses de 2023, registaram-se menos nove vítimas mortais (-4,8%), mas mais 514 acidentes (+3,8%), mais 56 feridos graves (+6,2) e mais 589 feridos ligeiros (+3,7%). Contudo, o índice de gravidade diminuiu 8,3%, de 1,39 para 1,27. De salientar-se que, em comparação com 2023, houve em 2024 um aumento na circulação rodoviária, o que corresponde a um acréscimo no risco de acidentes, muito embora se tenha registado uma diminuição de 3,4% no consumo de combustível rodoviário”, adianta o documento.
A ANSR faz também uma comparação com o mesmo período de 2014, sublinhando que a “tendência crescente foi visível nos acidentes, mais 2.474 (+21,4%), nas vítimas mortais, mais oito (+4,7%), nos feridos graves, mais 161, (+20,3%) e nos feridos ligeiros, mais 2.552 (+18,5%)”.
Aquela autoridade faz igualmente uma comparação com 2019, ano de referência para monitorização das metas de redução do número de mortos e de feridos graves até 2030 fixadas pela Comissão Europeia e por Portugal, tendo ocorrido menos 15 vítimas mortais (-7,7%) e menos 318 feridos ligeiros (-1,9%), mas em contrapartida, houve mais 110 feridos graves (+13,0%) e mais 217 acidentes (+1,6%).
O relatório avança igualmente que a colisão representou a natureza de acidente mais frequente nos primeiros cinco meses de 2024, correspondendo a 52,8% dos acidentes, 41,3% das vítimas mortais e 45,2% dos feridos graves, enquanto os despistes, que representaram 33% do total dos desastres, foram responsáveis por 44% das vítimas mortais.
DENTRO DAS LOCALIDADES
Segundo o documento, entre Janeiro e Maio o número de vítimas mortais dentro das localidades (100) foi superior ao apurado fora das localidades (79) e, comparativamente a 2019 e a 2023, houve um aumento das vítimas mortais dentro das localidades (+8,7% e +7,5%, respectivamente), mas a tendência foi decrescente fora das localidades (-22,5% face a 2019 e -16,8% face a 2023).
Quanto ao tipo de via, nos primeiros cinco meses deste ano, 62,8% dos acidentes ocorreram em arruamentos, representando 34,1% das vítimas mortais e 48,2% dos feridos graves, enquanto nas estradas nacionais ocorreram 19,7% dos acidentes e nas auto-estradas 5,9% do total dos desastres.
A ANSR indica também que cerca de 72% do total de mortes entre Janeiro e Maio correspondeu a condutores, enquanto 15% eram peões e 12% passageiros. Comparativamente a 2023, o número de vítimas mortais diminuiu 21% entre os passageiros e 10% entre os peões.
De acordo com o documento, os automóveis ligeiros corresponderam a 72,1% do total dos veículos envolvidos nos acidentes nos primeiros cinco meses do ano, que aumentaram 4,1% em relação a igual período de 2023.
Nos cinco primeiros meses do ano, face ao período homólogo de 2023, verificou-se um aumento no número de acidentes em 14 dos 18 distritos, com maior expressão em Évora (+29%), Viana do Castelo (+27%) e Guarda (+15%).
No que diz respeito ao número de vítimas mortais, registaram-se aumentos em sete distritos, com as maiores subidas nos de Braga e Lisboa (mais oito em cada). No que se refere às diminuições, destacam-se Setúbal, Beja, Porto e Vila Real.
Entre Janeiro e Maio, mais de metade do número de vítimas mortais ocorreu na rede rodoviária sob a responsabilidade das Infra-estruturas de Portugal (37,4) e da Brisa e Ascendi (3,4%, cada).