A doença pulmonar obstrutiva crónica, também conhecida como DPOC, é uma doença pulmonar que provoca obstrução das vias aéreas, condicionando a respiração desses doentes que, assim, manifestam sintomas como falta de ar, tosse e/ou pieira. A tosse é associada a expetoração, sendo normalmente pior pela manhã e a pieira pode ocorrer em alguns pacientes, particularmente durante o esforço e nas exacerbações da doença.
A prevalência global da DPOC, segundo o Burden of Obstructive Lung Disease, é de 10,1%, porém, acredita-se que a doença está subdiagnosticada e subtratada. Afeta mais os homens do que as mulheres, facto provavelmente relacionado com diferenças na prevalência de hábitos tabágicos entre ambos os sexos.
A principal causa da DPOC é o tabagismo. A grande maioria dos doentes é fumadora com mais de 40 anos de idade. Outros fatores de risco para a doença são a exposição a fumos durante um longo período da vida, como o uso de combustíveis de biomassa para cozinhar e aquecer as habitações.
A obstrução progressiva das vias aéreas leva ao principal sintoma da doença que se caracteriza por falta de ar progressiva, que agrava com os esforços, podendo progredir com o tempo e ocorrer com pequenos esforços ou atividades do dia a dia e, em casos mais extremos, até mesmo em repouso. A tosse e a falta de ar persistentes podem levar à suspeição da doença, porém, é preciso ter em linha de conta que estes sintomas também podem acontecer no contexto de outras doenças como alergias, asma, patologias cardíacas, entre outras.
O diagnóstico é realizado através de um exame denominado espirometria. Neste teste, o doente respira para dentro de uma máquina, sendo possível, assim, avaliar uma série de parâmetros que permitem não só confirmar a doença mas também avaliar a sua severidade.
Esta doença não tem cura, pois a lesão das vias áreas e do pulmão não podem ser revertidas, porém, há algumas atitudes que podem contribuir para evitar a sua progressão. A mais importante de todas é mesmo deixar de fumar. A utilização de inaladores específicos, prescritos pelo médico, também pode ajudar na melhoria da sintomatologia e na redução do risco de exacerbações da doença, infeções respiratórias e da mortalidade. A prática de exercício regular contribui para a melhoria da capacidade funcional destes doentes, o que pode começar com uma caminhada de 20 minutos por dia e aumento progressivo do esforço, consoante a capacidade e a tolerância do doente. A perda de peso naqueles doentes que têm excesso de peso também traz benefícios. Esta doença aumenta os riscos associados às infeções respiratórias pelo que é aconselhável a prevenção através da vacinação, nomeadamente a realização anual da vacina da gripe, a vacina antipneumocócica e, claro, é aconselhável completar o esquema de vacinação contra a Covid-19.