Armando Pereira, com ‘casa de luxo’ Vieira do Minho, o número dois do Grupo Altice que foi detido na quinta-feira numa mega operação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e do Fisco, é suspeito de estar no centro de uma fraude fiscal de 100 milhões de euros.
De acordo com as últimas informações veiculadas, além do acionista da Altice, outras duas pessoas, suspeitas dos mesmos crimes, foram detidas. Os três que passaram a noite na cadeia anexa à Polícia Judiciária, em Lisboa, devem ser levados a um juiz de instrução criminal no sábado.
As autoridades suspeitam que Armando Pereira e outros altos quadros da Altice tenham constituído um saco azul, com lucros da empresa que não eram declarados ao Fisco.
A investigação detetou inúmeros movimentos em contas bancárias em Espanha ou Malta, mas também em paraísos fiscais. São milhões de euros que os quadros da Altice terão movimentado à margem do circuito bancário português, com o alegado intuito de ‘esconder’ dinheiro.
De acordo com o DCIAP, existem suspeitas «de viciação do processo decisório do Grupo Altice, em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência».
Por outro lado, está também em causa a lesão dos interesses do Estado, em sede fiscal e da verdade tributária. «Os factos indiciam práticas de deslocalização fictícia da domiciliação fiscal de pessoas e de sociedades, com aproveitamento abusivo da taxação reduzida aplicada em sede de IRC na Zona Franca da Madeira», precisa o DCIAP que calculou que os crimes de fraude fiscal resultaram num prejuízo para o Estado superior a 100 (cem) milhões de euros.
Está ainda a causa a prática de crimes de branqueamento e de falsificação, com a utilização de estruturas societárias constituídas no estrangeiro.
Nas buscas de sexta-feira, foram apreendidos documentos, bens e viaturas de luxo e modelos exclusivos com um valor estimado de cerca de 20 milhões de euros.
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Foto: Jornal de Negócios
